viver e morrer
Uma simples troca de palavras faz a Páscoa: não há como VIVER senão MORRENDO por amor…Não há como MORRER senão VIVENDO por amor…
Uma simples troca de palavras faz a Páscoa: não há como VIVER senão MORRENDO por amor…Não há como MORRER senão VIVENDO por amor…
A rendição por amor é a porta estreita-larga para viver o momento presente intensamente: ao entregar-me radicalmente à realidade, mesmo que difícil, sacudo as expetativas e levanto-me firme no tempo e no espaço. Um amor prévio me libertou!
Este Deus que nos lava os pés é o serviço divinizado. A inspiração é óbvia: despoderiza-te, lava os pés do teu irmão e sê livre!
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 14, 1-12
«Eu sou o caminho, a verdade e a vida»
Jesus apresenta-se como caminho, verdade e vida. Cada um de nós, na sua existência e nas suas interrogações mais interiores procura, afinal, um caminho, uma verdade, uma vida. Jesus é em Si próprio, esta estrada. Não é solução rápida e pré-fabricada, não é verdade matemática e meramente racional, não é elixir de vida. Jesus é caminho. Jesus é processo. O que nos acontece, numa espécie de via de teologia negativa, é que seguimos, inúmeras vezes, outros caminhos, outras verdades e outras vidas. E não é nenhuma moral mas a própria vida e os impactos (des)consolantes, que nos acordam e nos lançam no respirar existencial dos recomeços, isto é, das nossas páscoas…
Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas noutro contexto
L 1 At 6, 1-7; Sl 33 (34), 1-2. 4-5. 18-19
L 2 1Pd 2, 4-9
Ev Jo 14, 1-12
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 24, 13-35
Os discípulos de Emaús somos nós, caminhantes em descoberta, ao lado da paradoxal companhia, óbviamente (in)discreta… A Páscoa é sinal de passagem e de transformação de vida, como quando uma lagarta vira borboleta e trata de colorir o mundo. Isso fervilha o coração. Assim “borboletemos” nós…
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas
L 1 At 2, 14. 22-33; Sl 15 (16), 1-2a e 5. 7-8. 9-10. 11
L 2 1Pd 1, 17-21
Ev Lc 24, 13-35
Viver os hiatos da vida, entre o que ainda não é e o que já é, significa, precisamente, viver. Há dois níveis neste movimento: o entre-tanto dos microciclos espácio-temporais e o grande hiato existencial da transição da vida. Não há curto-circuitos… Há que caminhar, viver “em ponte”, viver em Páscoa.
Em quinta-feira Santa fixamo-nos no lava-pés, gesto mais-que-simbólico do Deus revelado em Cristo. Há em nós um resquício de recusa deste Deus que nos lava os pés e, no entanto, é nesse desmesurado amor que mora um central reconhecimento e verdadeiro Encontro, princípio e fundamento…
Há dois tipos de segredo: um mais social/relacional, tipicamente defensivo ou mesmo manipulativo. Outro segredo, mais interior, pode ser espiritual, escolhido e embrulhado em silêncio processado. Os discípulos de Jesus acolheram o Mestre quando Este lhes pediu esse silêncio/segredo, que todos podemos viver, que era esperar a Páscoa…
A Ressurreição é relação. É Páscoa. É passagem, é ligação que está a acontecer. É ponte entre morte e vida, é a nossa inteireza, nós que somos fragmentados, mas que temos desejo de unidade…
Em sábado de Semana Santa há um convite para acolher as trevas, o tempo de que precisamos para chamar ao sofrimento e à morte os nomes que são esses mesmos…
Uma oportunidade de visitar o nosso túmulo, as nossas próprias sombras. Nenhuma vida, muito menos uma vida nova, brotará da fuga daquilo que somos. Portanto, desde já afagados pela companhia duma ressurreição garantida, saibamos visitar a realidade radicalmente frágil que somos. Só conhecendo-a e aceitando-a, poderemos ressuscitar, num amanhã que se antecipa.