Sara: a estéril fecunda

Na experiência mais ou menos mitológica da centenária Sara, a estéril que tem um filho, não é o espetáculo obstétrico que importa: é a abertura ao futuro que – a convite da Bíblia – embala a humanidade…

JP in Sem categoria 28 Janeiro, 2025

libertar

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 1, 1-4: 4, 14-21
«restituir a liberdade aos oprimidos»

Na sinagoga, local religioso da Sua própria cultura, Jesus proclama ao que vem, fazendo pontes (páscoas…) antecipadas entre a tradição e a Sua própria novidade. Podemos centrar-nos no apelo à liberdade, aqui invocada como uma restituição, apelando a certa potencialidade, liberdade e bondade originais que nos constituem. Jesus e a(s) sua(s) igrejas, entretanto tecidas no tempo e no espaço, nem sempre sublinharam devidamente esta essência de liberdade. Mas certa opressão existencial, que pessoal e coletivamente carregamos, tem uma saída em Cristo. A(s) igreja(s), ou apontam esta liberdade, ou não serão de Cristo…

NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado anteriormente, neste blog.

DOMINGO III DO TEMPO COMUM


L1: Ne 8, 2-4a. 5-6. 8-10; Sal 18 B (19), 8. 9. 10. 15
L2: 1 Cor 12, 12-30 ou 1 Cor 12, 12-14. 27
Ev: Lc 1, 1-4: 4, 14-21

JP in Sem categoria 26 Janeiro, 2025

sinodalidade

A teologia, a cristologia e a eclesiologia terão de ser triangular mais harmoniosamente. Falo de entrelaçar ainda melhor a expressão racional das experiências de Deus, de Cristo e da Igreja, que tem como charneira a sinodalidade. Processo lento e custoso, mas fundamental.

JP in Sem categoria 24 Janeiro, 2025

excessividades…

Todos nós precisamos de um lado de excessos, por assim dizer. Do que experimentei, o lugar de excesso mais prazoroso e promissor é o da mística. Ali, sem limites, se pratica o excesso de gratidão, o excesso de valorização da abundância, o excesso de rendição, o excesso de entrega, o excesso de autenticidade, o excesso de abertura, o excesso de amor.

JP in Sem categoria 22 Janeiro, 2025

terrorismo moral

Costumo usar “terrorismo moral/religioso” como expressão, que tem o seu quê de subtil. Muitas vezes me reconheço eu mesmo como um terrorista… Concretizo sem contexto teórico: “ai não comes a sopa, pois olha que há muitas criancinhas a morrer à fome”. O problema é que é verdade (e agudo) que há muitas crianças com fome mas a invocação de tão séria constatação é para cumprir uma estratégia outra, mais pessoal e mesquinha. Isto desvaloriza a nobreza do argumento, banaliza, afinal, a fome das crianças, assim instrumentalizada no argumentário…

JP in Frases 20 Janeiro, 2025

o vinho que faz falta

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 2, 1-11 

«Não têm vinho»

O relato do Evangelho que hoje nos inspira diz respeito às Bodas de Caná, onde se saboreia o primeiro carente mas depois abundante néctar do vinho. Podemos fazer uma pergunta de paragem: “que vinho nos falta?” (na família, no trabalho, na rua…). Valorizar esse desejo e tomar nota que não é tendo tudo que se está bem. Não é necessariamente cheio que se está pleno. Há que viver o processo de transformação: assim como o da água em vinho, o da rotina em sabor, o da carência em saciedade, o da morte em vida…

Ser vinho para mim mesmo, para o outro e para o mundo, é ser a festa que (me) falta!

NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.

DOMINGO II DO TEMPO COMUM


L1: Is 62, 1-5; Sal 95 (96), 1-2a. 2b-3. 7-8a. 9-10ac
L2: 1 Cor 12, 4-11
Ev: Jo 2, 1-11

JP in Sem categoria 18 Janeiro, 2025

bioética…

Na dança da ciência com a ética podemos identificar uma espécie de cirurgia ontológica, do tipo “até aqui podem mexer… depois não…”. Mas isto é tudo menos maquinal e por isso a bioética é tão importante e tão dinâmica…

JP in Sem categoria 16 Janeiro, 2025

lenta revelação…

Santo Ireneu, cerca de duzentos anos depois de Cristo, intui bem que Deus é processo a carecer de tempo e trabalho. Dizia ele que Deus não se revela total e imediatamente pela mesma contingência que uma Mãe não dá um bife a um bebé…

JP in Sem categoria 14 Janeiro, 2025

mergulhando

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 3, 15-16

Também Jesus foi baptizado

Este gesto de Jesus ‘se colocar na fila’ para o batismo (em teoria, prescindível para o Messias…) valoriza-nos a humildade e a procura de realização no ‘ordinário’ de cada dia. O batismo de Jesus é o mergulho no mundo como ele é, em cada um de nós e nas nossas vidas. A forte simbologia da água marca o sinal positivo do batismo como uma imersão voluntária e comunitária no risco da fé, no usufruto do acolhimento, no amparo da água que limpa, purifica e refresca…

Inspiração ecuménica e de amplitude religiosa (por isso Cristã…), é entender e reviver o batismo como ‘batizar-se no outro’. Ali, no outro, sagradamente, mora a plenitude onde vale a pena mergulhar.

NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO do Batismo do Senhor



L1: Is 42, 1-4. 6-7; Sal 28 (29), 1-2. 3ac-4. 3b e 9b-10
L2: At 10, 34-38
Ev: Lc 3, 15-16. 21-22

JP in Sem categoria 12 Janeiro, 2025

ponderar…

A ciência vive inúmeras vezes da ponderação de vários fatores que, muitas vezes concorrem em sentidos opostos. A energia de ionização, por exemplo, é um conceito muito relevante para a química: relaciona-se com a energia envolvida na remoção de um eletrão de um átomo (a energia diz-se de ionização porque o átomo vai transformar-se num ião…). É mais fácil arrancar um eletrão ao potássio do que ao sódio, pois tal eletrão encontra-se mais afastado da ação do núcleo, sendo, portanto, necessária menor energia. Isto acontece apesar do aumento da carga nuclear (K: +19 e Na: +11), que é um efeito que levaria a conclusão oposta, mas que tem menor influência. Ponderar: eis algo importante, na ciência como na vida…

JP in Sem categoria 10 Janeiro, 2025