pedir na oração
Dizem-me que há lugar para pedir na oração… pois há, principalmente pedir para nos abrirmos a receber. Abrir o “recebimento” é o maior legado dessa triangulação entre nós, a vida e Deus, a que se chama oração.
Dizem-me que há lugar para pedir na oração… pois há, principalmente pedir para nos abrirmos a receber. Abrir o “recebimento” é o maior legado dessa triangulação entre nós, a vida e Deus, a que se chama oração.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 17, 1-9
«o Seu rosto ficou resplandecente como o Sol»
A transfiguração de Jesus revela com clareza a filiação de Jesus. Em chave de leitura de fé, esta cena aponta-nos o Filho de Deus. Implícito, está igualmente o convite aos que, olhando Jesus, se deixam transfigurar a eles próprios. É este também o desafio que se coloca a cada um de nós: transfigurarmo-nos, reconhecermo-nos sempre buscados e vivermos como Filhos de Deus, assemelhando-nos a Ele, nesse reconhecimento e nessa forma de viver. No limite, fruto da alegria brotante de uma vida transfigurada, o nosso rosto poderá ser “resplandecente como o Sol”. Está visto que a Quaresma, enquanto caminho de regresso a Deus, não tem a ver com rostos macambúzios…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L 1 Gn 12, 1-4a; Sl 32 (33), 4-5. 18-19. 20 e 22
L 2 2Tm 1, 8b-10
Ev Mt 17, 1-9
A sala de aula é o espelho da nação. Já não existem apenas elites que têm acessos particulares, mas uma massa ampla e diversa. Ali, nesse espaço sagrado, se ampara o mundo. Para o professor, um duplo e paradoxal desafio: a complexidade do tudo e o desafio de estar na realidade como ela é, podendo contribuir para a mudança…
O semeador contemporâneo tem três grandes daninhas que comprometem a seara: o autocentramento, o preconceito de grupo e a omnicompetência de curto prazo…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Rm 5, 12-19
«Onde abundou o pecado, superabundou a graça»
Em início de Quaresma, período de inspiração preparatória para os cristãos, fica bem tomar nota do ponto de partida e do lastro que move a própria Quaresma: a verdade da nossa condição (fragilidade) mistura-se com a confiança na ideia vivida de um sentido (fé). Não há Quaresma fecunda, como preparação para a Páscoa (para a ponte que importa) sem esse duplo sentido: somos seres de liberdade que, por fragilidade intrínseca, nem sempre acertamos o alvo (pecado) mas, ao mesmo tempo e mais relevante para a vida da fé, a nova oportunidade, o perdão e a graça, superam essa mesma fragilidade de que somos tecidos. Por isso São Paulo diz aos Romanos (e a nós mesmos) que onde abunda o pecado (a humanidade), abunda mais (superabunda) a graça (Deus). É que a verdadeira conversão, a Quaresma que nos embala, é a rendição a este amor superabundante de Deus. É esta a graça que basta…
L 1 Gn 2, 7-9 – 3, 1-7; Sl 50 (51), 3-4. 5-6a. 12-13. 14 e 17
L 2 Rm 5, 12-19 ou Rm 5, 12. 17-19
Ev Mt 4, 1-11
Há um “cuidar de si” que é o avesso do egocentrismo. Porque sem se sentir cuidado e sem cuidar de si, ninguém consegue cuidar do outro…
Morrer
Não quero
Senão morrer!
ser trigo,
ser nada,
ser tudo.
Quero ser
somente (semente?),
vazio,
cheio
de mundo.
Eu quero
ser silêncio,
dar nada (que sou),
morrer.
Quero parar,
deitar-me,
passivo,
em paixão,
ao lado
dos homens,
sem respirar.
Inspirando,
inspirado
pelo amor.
Fazer um feedback ou uma denúncia já com o fígado recolhido vale muito mais a pena… deixa de ser uma descarga centrada em mim e passa a ser um serviço…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 5, 38-48
«Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda»
Dar a outra face, podemos dizer, não é natural. É a chave, porém, para quebrar as espirais de violência que existem no mundo: as das guerras à escala dos países mas também as das pequenas guerras do dia-a-dia. Dar a outra face não é ser ingénuo, nem tão pouco forçar relações inconvenientes ou não queridas. Dar a outra face é até compatível com naturais maus sentimentos por outras pessoas. A originalidade está no coração, na abertura, na oportunidade que sempre podemos reservar para quem nos faz mal. Rezar por quem nos ofende é também um caminho que podemos percorrer, neste difícil mas libertador desiderato do perdão.
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L 1 Lv 19, 1-2. 17-18; Sl 102 (103), 1-2. 3-4. 8 e 10. 12-13
L 2 1Cor 3, 16-23
Ev Mt 5, 38-48
Desmontemos a palavra bionanotecnologia, que traduz um paradigma científico e tecnológico contemporâneo: «bio» é o prefixo de biologia e relaciona-se com as ciências da vida e, em particular, da vida humana. «Nano» é o prefixo de nanómetro (10exp(-9) do metro, isto é, 1 nanómetro = 0,000 000 001 m) — esta é a escala de alguma tecnologia contemporânea. «Nanotecnologia» significa manipulação da pequena escala, como nanotubos e nanochips. Manipular materiais e sistemas vivos a esta dimensão poderá revolucionar a ciência e particularmente a saúde. Não é difícil imaginar parte da medicina actual a ser substituída por uma engenharia baseada na bionanotecnologia. A visita de um doente com cancro a um engenheiro biomédico, no futuro, pode resultar na recomendação de um nanochip capaz de actuar especificamente ao nível de células malignas, evitando os efeitos secundários de uma quimioterapia. Artigos científicos contemporâneos, porém, já falam em nanomotores e nanorrobôs. A manipulação à escala nano parece florescer com boas possibilidades de sucesso. Seria ingénuo, contudo, pensar que o problema da saúde (ou o da morte) ficaria resolvido com a bionanotecnologia…