Emaús acontecendo…
Emaús nunca aconteceu -Emaús está a acontecer. …A ressurreição de cristo e a nossa convergem: a cronologia dá lugar à ontologia.
Emaús nunca aconteceu -Emaús está a acontecer. …A ressurreição de cristo e a nossa convergem: a cronologia dá lugar à ontologia.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 15, 1-8
toda a vara que em mim não dá fruto…
A linguagem da videira, do fruto e da poda, tem uma coerência internainteressante e pode com grande facilidade ser antropoligizada. Sabemos que damos fruto se estivermos ligados à videira, que, na linguagem da nossa fé, é Deus-amor. A poda que é necessário fazer, nos ramos que precisamos de deitar fora, é uma constatação importante. Quando alguém nos aponta um defeito, uma atitude menos correta, um vício, temos natural tendência de “deitar as garras de fora”, de nos defendermos e até de contra-atacar. Inspirados neste Evangelho podemos ter um entendimento e um acolhimento diferentes das críticas que nos são feitas: possam ser (nem sempre são, bem entendido) instrumentos de reflexão para crescimento, para eventual poda e para dar mais fruto. Neste dinamismo de abertura à melhoria há uma verbo de fé importante: permanecer…
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
L 1 At 9, 26-31; Sl 21 (22), 26b-27. 28. 30. 31-32
L 2 1Jo 3, 18-24
Ev Jo 15, 1-8
Os discípulos de Cristo acolhem o ressuscitado a partir das mãos calejadas do que sabiam fazer: pescar. Assim a esperança cristã se tece no palco do trabalho ordinário da vida quotidiana.
Uma simples troca de palavras faz a Páscoa: não há como VIVER senão MORRENDO por amor…Não há como MORRER senão VIVENDO por amor…
Quase todas as parábolas evangélicas que lançam dicotomias de tensão são para as colocar dentro do “eu” crente. O trigo e o joio, os lobos e os cordeiros, as virgens insensatas e as prudentes, o céu e o inferno… tudo isso mora, convive e luta dentro do mesmo “eu” crente…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 10, 11-18
Eu conheço as Minhas ovelhas e elas seguem-Me
Os apóstolos têm no Apóstolo dos apóstolos, o Bom Pastor, o seu modelo. Jesus conhece as suas ovelhas, o que no sentido metafórico pastorício é de uma grande relevância e dá um tom muito personalista à nossa Fé. Entendemos que Deus, em Jesus, conhece, “está com” e ama cada um de nós. Inspirador também para os cristãos, eles próprios apóstolos, é conhecer os outros: ouvir, “perder tempo” com eles, saber da sua vida, interessar-se pelos seus problemas (sem invasões, claro…). Esta atitude – e escreve quem a deseja, mas quem reconhece inúmeras dificuldades – não pode ser voluntarista e superficial. Esta atenção ao outro terá de brotar de uma atenção ontológica, ao que se é, onde se está e ao que se vive… Ninguém ama o desconhecido e conhecer os outros humanos é um aspeto incontornável da vida de todos. Conhecer os outros e interessar-se genuinamente por eles é, além de um mandato humano, um estilo agudamente cristão…
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
L 1 At 4, 8-12; Sl 117 (118), 1 e 8-9. 21-23. 26 e 28cd e 29
L 2 1Jo 3, 1-2
Ev Jo 10, 11-18
A revelação precisa do homem como o pão sem boca não seria alimento. Há uma apropriação dialética da comunidade face à revelação, onde dançam a interioridade e a tentativa de explicitação.
A responsabilidade começa no sonho- É dilema da ciência e é um dilema existencial: que sonhos alimenta a ciência? Que sonhos alimento eu?…
Halik identifica os 3Fs da religião num tom sintético que nos ajuda na auto-crítica religiosa: Fundamentalismo (textos sagrados fora do contexto), o Fanatismo (falta de sentido de diálogo) e o Farisaísmo (prisão à letra e à lei).
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 24, 35-48
assim está escrito, que o Messias havia de sofrer e ressuscitar
A frase do evangelho: “assim está escrito, que o Messias havia de sofrer e ressuscitar” é curiosa e muito sintética da nossa fé. Poderíamos resumir aquilo em que acreditamos na ideia vivida de que, como Jesus, entendemos (mais ainda, acreditamos e vivemos) que todo o sofrimento que a existência acarreta não é a última palavra. Convínhamos que em alguns redutos, incluindo religiosos, esta frase aparece truncada e apenas: “Assim está escrito, que o Messias havia de sofrer…”. Ora é uma afirmação não truncável, porque a Páscoa está a acontecer. Agradeçamos e vivamos em alegria a última parte não descartável, que ilumina a primeira: “…e ressuscitar”.
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
L 1 At 3, 13-15. 17-19; Sl 4, 2. 4. 7. 9
L 2 1Jo 2, 1-5a
Ev Lc 24, 35-48