disciplina…
Disciplina: não esperava, no meio de tanta vida solta e cultura de liberdade intelectual e pessoal eleger esta como palavra importante, que me auto-imponho para crescer. Mas ela aqui está, a provocar-me e a fazer-me aderir…
Disciplina: não esperava, no meio de tanta vida solta e cultura de liberdade intelectual e pessoal eleger esta como palavra importante, que me auto-imponho para crescer. Mas ela aqui está, a provocar-me e a fazer-me aderir…
Santo Agostinho — Aurélio Agostinho viveu entre 354 e 430. Nasceu e morreu na Argélia. Bispo, escritor, teólogo, filósofo, bispo de Hipona e Doutor da Igreja, as suas concepções sobre o pecado original e sobre a Igreja enquanto cidade de Deus influenciaram profundamente toda a Idade Média. Combateu vivamente as heresias do seu tempo. A si se devem influências mais platónicas com marcas ainda hoje menos interessantes na cristandade como, por exemplo, a dicotomia alma-corpo ou a concupiscência, na sua versão de “carne como inimiga da alma”… Uma frase de Santo Agostinho me marca profundamente, como janela de liberdade: “ama e faz o que quiseres”.
Moisés, por exemplo, não é considerado absolutamente simbólico e mítico (como Eva, Caim ou Noé) embora a sua historicidade seja polémica, localizando-se, contudo, nos séculos XIII-XIV a.C. Há uma tensão bíblica ‘historicidade-literatura-simbolismo’, de alguma forma equivalente à tensão ‘fisicalidade-simbolismo’, em toda a chamada “história da Salvação”. A Bíblia não é, com toda a certeza, algo “caído do céu aos trambolhões”. Também não é, para os crentes, apenas mais um livro de histórias. São livros (um plural importante…) que contêm a semente de um dinamismo de revelação, que carece sempre da leitura da fé, para o encontro com a fé…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 8, 1-11
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra»
A história da mulher adúltera é das mais expressivas da vida de Jesus. Revela facetas da sabedoria cristã (desmontagem da cilada dos fariseus) e de grande misericórdia (“também eu não te condeno”). A analogia popular de que quando apontamos aos outros um dedo, são três dedos que se apontam a nós, pode ser convocada: todo o exercício critico pode ser feito com consciência autocrítica. Não julgarmos os outros sem estarmos atentos às nossas próprias fragilidades é um bom caminho para viver uma lucidez crítica misericordiosa.
Há uma frase frequente que é a pura ironia da humildade. Esta frase revela, de alguma forma, que a humildade é intrinsecamente indizível… (apenas vivível). A expressão proibida, paradoxal e eternamente sem sentido é esta (alguém dizer, na primeira pessoa, de si mesmo): “sou muito humilde!”…
Estamos num tempo difícil para os professores. Espreitam elementos de grande desmotivação. Mas há – tem que haver – uma chama mais funda que resgata o sentido da profissão e resignifica o quotidiano da vida na escola. O mais importante é e será sempre a paixão de ensinar. Haja o que houver nas escolas e nas reformas educativas, o fascínio será sempre a mola do professor. O fascínio do professor é o eixo que faz mover a escola e, assim, anima o mundo!
É impressionate o facto de, no espaço sideral interestelar, haver cerca de uma partícula por centímetro cúbico. Com este espaço tão rarefeito, estima-se que a colisão entre partículas ocorra de 10 em 10 milhões de anos. Química fugaz, imensidão de quase vazio… Torna-nos pequenos, a nós e à nossa escala…
A meditação, de índole religiosa ou não, tem uma relação incontornável com o ritmo da respiração. O dinamismo do “ar que entra / ar que sai” pode ser acompanhado de várias metáforas interiores, que ajudam o meditante a voltar à auto-percepção. Em particular, aprecio e uso a imagem da árvore, numa dicotomia de estrutura e fluidez: sou tronco firme com raízes (ar que entra) e circulação dinâmica com vida e morte das folhas (ar que sai)…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Ex 3, 1-6. 9- 12
«Tira as sandálias dos pés porque o lugar que pisas é Terra Sagrada»
Deus apareceu a Moisés que, deparando com uma sarça ardente sem se consumir, avançou para ver. O Senhor, porém, disse-lhe para tirar as sandálias. Vejamos a nossa vida pessoal como um “Moisés” que caminha e se deslumbra com as maravilhas de Deus. A terra que pisamos, porém, é sagrada e sensível. Tirarmos as sandálias é, para nós, hoje, apurar a nossa sensibilidade, sentir o chão, tocar nos outros e, sem solas isoladoras, sentir que é mesmo sagrado o caminho que percorremos. Uma boa oportunidade para revermos, a partir do judaísmo, o nosso conceito de sagrado: o sagrado não está distante, é a terra que pisamos, o espaço que habitamos, tomado como dom…