quem comer deste pão viverá eternamente

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 6, 51-28

quem comer deste pão viverá eternamente

O texto de João recentra-nos na força da banalidade e da crucialidade do pão. Sabemos que podemos ajustar a frase “quem comer deste pão viverá eternamente” para uma outra versão mais ‘em trânsito’ que, não perdendo a escatologia, traz o alimento para este tempo e para esta fome que somos: quem comer deste pão vive intensamente. Seja esta a liberdade de cada eucaristia, assim tornada refeição que alimenta. Seja esta a promessa, também, a prática, a partilha e a liberdade de cada refeição, assim tornada sagrada.

DOMINGO XX DO TEMPO COMUM


L 1 Pr 9, 1-6; Sl 33 (34), 2-3. 10-11. 12-13. 14-15
L 2 Ef 5, 15-20
Ev Jo 6, 51-58

JP in Sem categoria 18 Agosto, 2024

fé e incredibilidade

A fé e a incredibilidade são faces da mesma moeda que somos. Sem esta consciência, transformamo-nos facilmente em deuzinhos ou em gente fechada ao mistério…

JP in Sem categoria 16 Agosto, 2024

revelação em processo

Bíblia é palavra de Deus revelada, no contexto e em processo… é também escuta dos homens. É gravação no papiro do tempo da novidade que não termina.

JP in Sem categoria 14 Agosto, 2024

milagres…

No filme “Príncipe do Egito” ouvimos a bela música de Mariah Carey e Whitney Houston. Na letra há dois versos particularmente interessantes: “There can be miracles; when you believe”. O mais relevante e teologicamente adulto é a ordem das ideias. Muita gente vive a fé ao contrário, como se canção dissesse: “podes acreditar se houver milagres”. Mas não, os milagres não servem para muito, se não se acreditar. Ou ainda: não há milagres para acreditarmos, mas, se acreditarmos, pode haver milagres… A fé precede o milagre e não o contrário…

JP in Sem categoria 12 Agosto, 2024

se alguém comer deste pão…

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 6, 41-51

Se alguém comer deste pão…

Para os cristãos católicos a eucaristia, nas suas tensões, paradoxos e graças, é um contínuo processo de resignificação. Podemos, a propósito deste texto bíblico, repensar a eucaristia no seu sentido lato e na forma como vivemos (ou não vivemos) a nossa “fome de infinito”… A eucaristia não é uma espécie de plano de poupança-reforma, capaz de nos deixar tranquilos depois da nossa morte. A eucaristia é “capital” disponível já, capaz de nos fazer “rentabilizar” a vida, aqui e agora. Ser alimento para os outros (dar-se), como Jesus se dá por nós é o output da eucaristia… Que a eucaristia-missa se traduza em eucaristia-vida, isto é, em gestos concretos de «ser pão» para os outros…

Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.

DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM


L 1 1Rs 19, 4-8; Sl 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9
L 2 Ef 4, 30 – 5, 2
Ev Jo 6, 41-51

JP in Sem categoria 10 Agosto, 2024

eu-tu

Martin Buber distingue no seu trilho dialógico a relação 1) eu-ele (ou isso) e a relação 2) eu-tu. A primeira tem perigos de posse, de manipulação, de chantagem e até de exploração. A segunda tem potencial maior, pelo horizonte de aceitação radical. Para os crentes, há um Tu(do)-absoluto, precisamente no seu incondicional acolhimento. Este Tu é inspirador para todas as fecundidades eu-tu…

JP in Sem categoria 8 Agosto, 2024

conhecimento interno…

Conhecermo-nos a nós mesmos não é um acidente da vida espiritual: é uma exigência. Há uma forma crente de nos autoperscrutarmos (desde logo, não ‘sozinhos’…) mas nenhum caminho sério poderá prescindir, nas palavras de Inácio de Loyola, do conhecimento interno de si mesmo…

JP in Sem categoria 6 Agosto, 2024

Nós ouvimos e aprendemos, os nossos pais nos contaram

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 77

Nós ouvimos e aprendemos, os nossos pais nos contaram

Neste salmo, nas linhas e nas entrelinhas, emergem dois polos muito relevantes na fé e na existência humana: a tradição e a dádiva. A tradição é mais estruturante em cada um de nós e na pessoa coletiva que somos do que aquilo que às vezes tomamos consciência. Sem esta tradição, sem esta dinâmica transmissão enculturada, talvez nem sequer ‘fossemos’… Tradicionalismos à parte (esses ‘ismos’ de caricatura que transformam a tradição num jugo pesado, contrário ao Evangelho), somos, portanto, de uma fé e de uma existência com positiva e estrutural tradição. E um dos pilares fundantes da tradição religiosa é que Deus “É”, quer-Se dizer… e providencia. Nisto acreditamos, nisto vivemos e isto estamos disponíveis a transmitir.

DOMINGO XVIII DO TEMPO COMUM


L 1 Ex 16, 2-4. 12-15; Sl 77 (78), 3 e 4bc. 23-24, 25 e 54
L 2 Ef 4, 17. 20-24

Ev Jo 6, 24-35

JP in Sem categoria 4 Agosto, 2024

Inácio

Amanhã celebra-se o dia de Inácio de Loyola. A sua inspiração é um entrançado de vontade, razão, moções, discernimento e sentidos.

JP in Sem categoria 30 Julho, 2024

Jesus pegou então nos pães, deu graças a Deus e distribuiu-os à multidão

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 6, 1-15

Jesus pegou então nos pães, deu graças a Deus e distribuiu-os à multidão

Este trecho do Evangelho referente ao milagre da multiplicação dos pães é muito mastigado no plano teológico e apostólico. Parece ser consensual, contudo, além do sinal da abundância, que há um véu que se entreabre no sentido de Jesus convocar os homens (cada um de nós) para o grande sonho da partilha. Há perguntas que nos podemos fazer, com algum alcance de crescimento, diante desta convocatória para receber, distribuir e partilhar: que pão me faz falta? Sendo eu aquilo de que me alimento, de que me encho? Que pão acumulo? Que pão partilho? Que pão poderia partilhar mais?

Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.

DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM

L 1 2 Re 4, 42-44; Sl 144 (145), 10-11. 15-16. 17-18
L 2 Ef 4, 1-6
Ev Jo 6, 1-15

JP in Sem categoria 28 Julho, 2024