levar Deus aos outros…


Em linguagem religiosa usa-se com frequência a expressão: “levar Deus aos outros”. Tem muito que se lhe diga e, na fase de vida em que me encontro, não tem grande significado, podendo até ser uma expressão perigosa. Deixo algumas perguntas: quem sou eu para me arvorar em ‘ter Deus’? Levar, mas levar “como”? Não estará já Deus em qualquer todo-outro? Não será antes “receber Deus do outro”?…

JP in Sem categoria 22 Agosto, 2022

esforçai-vos por entrar na porta estreita

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 13, 22-30

«Esforçai-vos por entrar na porta estreita»

A “porta estreita”, bem o sabemos, não é a mais fácil de passar. Certo é que a vida nos vai mostrando que o “mais fácil” (porta larga) nem sempre anda de mãos dadas com “o melhor para nós”. Da gestão dos bens materiais, a múltiplos compromissos, à relação com os outros, passando pela saúde do nosso corpo ou pela vivência da nossa sexualidade, vamos experimentando isto mesmo. O facto da “porta ser estreita”, porém, deve ser motivo de gozo e não de drama para nós próprios. Uma fasquia alta vale pelo prazer e pelos frutos de a superar e nunca pela estéril e culpabilizadora sensação de que se não consegue ultrapassar…

DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM



L1: Is 66, 18-21; Sal 116 (117), 1. 2
L2: Hebr 12, 5-7. 11-13
Ev: Lc 13, 22-30

JP in Sem categoria 20 Agosto, 2022

Vim trazer a divisão

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 12, 49-53

«Vim trazer a divisão»

As palavras de Jesus escritas no Evangelho de Lucas parecem um equívoco. O mesmo que diz “Eu dou-vos a minha paz” anuncia também que a sua vida-morte-ressurreição vem trazer uma divisão entre os homens. Este aspecto da proposta de Cristo deve-nos fazer pensar que a postura, afinal passiva, do tipo “está sempre tudo bem”, pode não ser a mais indicada. Por vezes, em nome do amor, importa não ser ingénuo, separar o “trigo do joio” e, nesse sentido, dividir. A liberdade dos homens abre espaço ao bom e ao mau e podemos esperar, face a muitos gestos e posturas, que algumas propostas cristãs, feitas em nome da paz, gerem a divisão dos homens.

NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.

DOMINGO XX DO TEMPO COMUM



L1: Jer 38, 4-6. 8-10; Sal 39 (40), 2-3. 4. 18
L2: Hebr 12, 1-4
Ev: Lc 12, 49-53

JP in Sem categoria 14 Agosto, 2022

estai vós também preparados

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 12, 32-48

«Estai vós também preparados»

O Evangelho conta-nos a parábola de um Senhor que pode vir quando menos espera o seu servo (que somos cada um de nós). O estilo de preparação a que um Cristão está convidado, não é da ordem do medo do castigo infernal, do prémio ou do mérito. A preparação da vida espiritual, pessoal e comunitária é um trabalho da ordem do já, do aqui e do agora. É um processo… Há um Encontro que se pode fazer, que se pode antecipar desde já. Esse Encontro, que se vai fazendo e que só pode crescer na intensidade, é o Encontro que importa.

NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM



L1: Sab 18, 6-9; Sal 32 (33), 1 e 12. 18-19. 20 e 22
L2: Hebr 11, 1-2. 8-19 ou Hebr 11, 1-2. 8-12
Ev: Lc 12, 32-48 ou Lc 12, 35-40

JP in Sem categoria 6 Agosto, 2022

Enquanto orava, alterou-se o aspecto do Seu rosto

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 9, 28b-36

«Enquanto orava, alterou-se o aspecto do Seu rosto»

A transfiguração de Jesus é algo que fascina e perturba os Seus companheiros, como nos fascina e perturba também a nós. A transfiguração simboliza uma passagem, uma ponte, uma Páscoa, entre o provisório e o definitivo, entre o humano e o divino, entre “o hoje” e “o sempre”, de alguma forma, entre a transcendência e imanência. Uma ideia que podemos levar para a vida, é o entendimento de que vivemos para, também nós, nos transfigurarmos. Pelo amor, pela forma como olhamos e vivemos, cada um de nós se vai transfigurando e vai sendo ator da transfiguração do mundo, querida e sonhada por Deus…

NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.

DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM



L1: Sab 18, 6-9; Sal 32 (33), 1 e 12. 18-19. 20 e 22
L2: Hebr 11, 1-2. 8-19 ou Hebr 11, 1-2. 8-12
Ev: Lc 12, 32-48 ou Lc 12, 35-40

amar-te-ei

A mais comprometida

e libertadora forma de amar

pode exprimir-se

numa simples palavra

exigente

confiante e

promissora:

amar-te-ei!

JP in Sem categoria 2 Agosto, 2022

a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 12, 13-21

«A vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens»

O Evangelho fala-nos do desprendimento e do desapego espiritual dos bens. É uma linha de rumo que serve para os bens materiais, mas não só. Certos dons, relações, afectos são também para serem partilhados. No olhar Cristão, tudo serve para irradiar, nada serve para possuir. A parábola do agricultor que, em vez de partilhar a sua abundância, constrói maior celeiro para mais acumular, é de uma grande força, pela explicitação de quanto é estéril “guardar para si”. E nós, quando temos as nossas “colheitas”, tendemos a partilhar ou construímos “novo celeiro”?…

NOTA: Este artigo é repetido/adaptado de um outro já publicado neste blog

DOMINGO XVIII DO TEMPO COMUM



L1: Co (Ecle) 1, 2; 2, 21-23; Sal 89 (90), 3-4. 5-6. 12-13. 14 e 17ac
L2: Col 3, 1-5. 9-11
Ev: Lc 12, 13-21

JP in Sem categoria 30 Julho, 2022

Quando Vos invoco, sempre me atendeis, Senhor

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 137

«Quando Vos invoco, sempre me atendeis, Senhor»

A vida de oração de um cristão, porque é uma relação, pressupõe a petição. Pedir é uma atitude fundamental em qualquer relação, embora pressuponha humildade. Quem entende que tem tudo, é autossuficiente e não pede… Pedir a Deus com um coração puro é certeza de receber. Será importante “não manipular”, isto é, embora colocando explicitamente o que acontece e se elabora, o que preocupa e o que se tece no tempo e no espaço, não deixar de ser sempre um pedir “o que for melhor para mim e para os outros”, o que é, por sua vez, intrinsecamente indeterminado… De alguma forma, pedir em oração, com fé, é passar um cheque em branco. Pedir é rasgar para receber. A quem pedir assim, o Senhor atende…

NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.

DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM

L1: Gen 18, 20-32; Sal 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 6-7ab. 7c-8
L2: Col 2, 12-14
Ev: Lc 11, 1-13

JP in Sem categoria 24 Julho, 2022

Marta, Marta…

Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Lc 10, 38-42
«Marta, Marta, andas preocupada e aflita com tantas coisas, quando uma só é necessária»

É sobejamente conhecida esta passagem e muito inspiradora para nos auto-acalmarmos quando a azáfama nos toma como prisioneiros. Escrevi de propósito ‘auto’, pois dizer a alguém ‘olha que estás como Marta’ é capaz de não ajudar, como não ajuda a ninguém muito nervoso dizer ‘tem calma’… Mas não há dúvida que o atulhar de coisas para fazer, uma certa excessiva operacionalidade, nos inibe de muitas escutas e essencialidades. Convém, ao mesmo tempo, uma certa auto-condescendência para com as nossas ‘martisses’: as coisas têm de ser feitas e há fases de vida em que ser Maria é mesmo difícil…

DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM



L1: Gen 18, 1-10a; Sal 14 (15), 2-3a. 3cd-4ab. 4c-5
L2: Col 1, 24-28
Ev: Lc 10, 38-42

JP in Sem categoria 16 Julho, 2022