Paiva, J. C. (2023). Homilia para este domingo – bem aventurados somosSite Ponto SJ, 29-01-2023.
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A liturgia deste domingo começa com um belo trecho de Sofonias. Os versículos fazem parte de uma passagem maior, na qual o profeta alerta o povo de Judá para se arrepender e voltar para Deus. Exorta-se o Senhor com humildade, retidão e obediência aos seus mandamentos. O apóstolo Paulo, por sua vez, na Epístola aos Coríntios, enfatiza que os membros da igreja não se devem orgulhar de seu estatuto social ou da sua sabedoria mundana, porque a verdadeira sabedoria e poder vêm de Deus. Paulo lembra-nos que fomos escolhidos por Deus não por mérito próprio, mas por causa da graça de Deus.
No Novo Testamento (Mateus 5:1-12) somos inspirados pelo conhecido Sermão da Montanha. Nesta passagem, Jesus ensina sobre a natureza da justiça e como ela excede a dos escribas e fariseus. Ele introduz o conceito de “bem-aventuranças”, que são bênçãos para todos: os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores e os perseguidos por causa da justiça. Esta passagem é central na vida cristã.
O “pobre de espírito” é um termo usado em Mateus e centra-se numa das crucias bem-aventuranças. “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Esta frase é muitas vezes interpretada como referindo-se à humildade e ao reconhecimento da própria pobreza ou carência espiritual. Sugere que aqueles que são humildes e reconhecem a sua própria necessidade de Deus e nutrição espiritual serão recompensados com o reino dos céus. Ser pobre de espírito não é ser economicamente pobre, mas significa reconhecer a própria pobreza espiritual e dependência de Deus, e buscar a justiça, que é a chave para o Reino de Deus.
O Sermão da Montanha contém muitos ensinamentos relevantes para a vida diária:
• Humildade: Jesus ensina que os humildes serão exaltados e os que se exaltam serão humilhados. Na vida real, a humildade pode ser demonstrada por estar disposto a servir os outros, por estar aberto a comentários e críticas e por estar disposto a admitir quando estamos errados.
• Perdão: Jesus ensina que devemos perdoar os outros como fomos perdoados. Na vida real, o perdão pode ser difícil, mas é importante para deixar de lado a raiva e a amargura e manter relacionamentos saudáveis com os outros.
• Amor aos inimigos: Jesus ensina que devemos amar nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem. Na vida real, isso pode ser desafiador, mas é uma forma importante de superar o ódio e a raiva e promover a paz e a reconciliação.
• Generosidade e compaixão: Jesus ensina que devemos ser generosos em dar aos pobres e ajudar os necessitados. Na vida real, isso pode ser demonstrado por meio de voluntariado, doações ou simplesmente estendendo a mão para ajudar um vizinho ou amigo necessitado.
No geral, o Sermão da Montanha fornece ensinamentos que podem ser aplicados na vida real e que podem ajudar as pessoas a viver uma vida mais virtuosa e gratificante. É um desafio contínuo aplicá-los, mas pode ser uma grande fonte de inspiração e orientação para os cristãos.
Acabou de ler uma proposta de homilia para este domingo. Talvez tenha estranhado o estilo ou algumas particularidades diferentes da forma como habitualmente escrevo. O que leu foi feito em poucos minutos a partir de inteligência artificial computacional, num gerador de texto digital recente. Coloquei algumas palavras-chave em inglês (não quaisquer, admito o dedo humano, mas ao alcance de todos), depois submeti no google tradutor, ele próprio também uma máquina de inteligência artificial poderosíssima na arte de traduzir. Apenas retirei a carga de tom brasileiro e eis um texto razoável sobre a vida cristã…
Os desafios são gigantes, misteriosos, inimagináveis, fascinantes e assustadores. Pela positiva, o incrível génio humano e as suas capacidades. Pelo lado sombrio, as implicações éticas de que apenas um pequeno véu se está a levantar. Há um lado pedagógico, ainda luminoso, que se pode retirar: a vida pastoral será certamente mais do que belas palavras, pois essas o computador pode gerá-las, rápida e “criativamente”. Falta o toque humano encarnado na vida e esse e apenas esse pode tocar. Há que questionar a dose do nosso latim. Em vez de gente palavrosa, como eu (e como as máquinas de geração de texto baseadas em inteligência artificial), precisa-se de quem escute, de quem abrace, de quem se meta e que meta a vida dos outros na vida de todos nós… na vida de Deus. É a bem-aventurança que importa.