espaço, tempo e transcendência
Agradeço o tempo, o espaço e neles a transcendência que habito. Agradeço também o tempo, o espaço e a transcendência que habitam em mim…
Agradeço o tempo, o espaço e neles a transcendência que habito. Agradeço também o tempo, o espaço e a transcendência que habitam em mim…
Em tempos julguei que era mais seguro como professor do que como pai. Com os filhos mais crescidos, pensei que, afinal, me sentia mais seguro como pai do que como professor. Hoje, embora mais experiente e lúcido sobre mim mesmo, acho-me inseguro em tudo, mas mais capaz de gerar qualquer coisa a partir desta verdade insegura, do que sou e do que faço…
O sociólogo francês Bastide diz bem sobre a religião: ela não morre, desloca se…
Com Jesus de Nazaré deu-se, melhor, está a dar-se, o que poderíamos chamar uma antropologização das escrituras. As profecias anunciadas (dar a vista aos cegos…) realizam-se. O Livro importa mas é na medida de Alguém que se reabre: na vida de Cristo… e na nossa vida.
Se eu dei um sim e não consegui concretizar esse sim é possível que o sim não tivesse sido sim… que o problema estivesse estado no sim (que era não…) e não na minha preguiça ou nas minhas incapacidades…
Mais do que o ânimo de fazer, torna-se pleno o “fazer por amor”, o “fazer com amor” e o “fazer em amor”.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 20, 19-31
«Põe a tua mão e mete-a no Meu lado»
Jesus “volta” para dar a Tomé os sinais de que ele precisa para acreditar. Há muitos “Tomés” em todos os crentes, enquanto carentes de sinais diante do risco que é acreditar. A fé não passa por provas do tipo científico ou outro (deixaria de ser fé) mas passa muito por sinais. Talvez a vida nos vá dando os sinais de que precisamos para acreditar e podemos perguntar-nos que sinais, “quasiconcretos”, teremos para acreditar na vitória da vida. Acresce ainda, a propósito de sinais, que eles não se bastam a si mesmos para serem revelação em movimento: precisam de nós, da nossa fé. Dito de outra forma: sem Tomé, acreditando, não haveria revelação… porque Deus propõe-se, mas não se impõe… Somos também, convém tomar consciência, sinais de uns para os outros…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L 1 At 2, 42-47; Sl 117 (118), 2-4. 13-15. 22-24
L 2 1Pd 1, 3-9
Ev Jo 20, 19-31
Viver os hiatos da vida, entre o que ainda não é e o que já é, significa, precisamente, viver. Há dois níveis neste movimento: o entre-tanto dos microciclos espácio-temporais e o grande hiato existencial da transição da vida. Não há curto-circuitos… Há que caminhar, viver “em ponte”, viver em Páscoa.
Sempre houve distrações na vida da humanidade, mas as redes sociais e a hiperdigitalização avolumam a densidade, a latitude e a intensidade das ‘provocações’. Nunca foi tão preciso como hoje criar hábitos que conduzam a certos oásis de não-distração: leitura, contemplação, movimento, natureza. A educação – em casa, na escola e na sociedade – tem neste dilema um dos seus maiores desafios.
A infidelidade mais escandalosa do desejo é quando ele se confunde com a posse. O que tinha um potencial de grandes horizontes, verte-se ali, precariamente, num objeto…