petições
Rezar não é magia nem “pedinchisse”: é uma atitude que, principalmente, me prepara para receber…
Rezar não é magia nem “pedinchisse”: é uma atitude que, principalmente, me prepara para receber…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 66
«Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra»
O salmo que hoje se reza nas celebrações católicas romanas tem um significado de grande potencial contemplativo, dialogante e ecuménico: «Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra». Um olhar profundamente universal, positivante e generoso sobre todas as pessoas e todas as realidades, é, desde logo, pacificador. Tomar o outro e os outros povos, não como obstáculos mas como alavancas do meu crescimento e da minha liberdade, é uma porta que se abre. O grande caminho, que vai rasgando novos horizontes no mundo, é o de me abrir ao outro, à sua cultura e à sua religião, no sentido de valorizar, na diferença mas no respeito radical por essa diferença, o que é “louvável” na sua existência…
Uma abordagem à criação de computadores inteligentes consistirá em copiar o cérebro humano, de tal modo que estas máquinas parecerão realmente humanas. Através da nanotecnologia e de novos (meta)dados e algoritmos, assim como já se realiza a possibilidade de criar objectos físicos “átomo a átomo”, construiremos também “corpos humanos”, embora muito mais perfeitos… Nas perspetivas mais otimistas do transumanismo, por terem origens humanas, estas máquinas quererão ser humanos e ter sentimentos humanos. Mas serão estes sentimentos «reais», ou apenas aparentemente reais?
E o que acontecerá entretanto no que se refere aos seres humanos? Cerca do ano 2030 a nanorrobótica terá́ produzido, segundo o famoso Kurzweil, nanocomputadores tão pequenos que poderão fazer um scanning completo do cérebro. Poder-se-á então fazer o download do cérebro humano com base no seu completo scanning. Uma vez feito o download do cérebro, ele poderá ser então colocado em máquinas como uma file, ou «documento mental», do qual se poderão fazer sucessivas cópias. Em suma, abre-se aqui uma porta para certa imortalidade! Um mundo tão curioso quanto bizarro, cuja a simples projeção determina desde logo tensão ética: será isto, mesmo que possível, humanizante?…
As regras são importantes e a caricatura de uma escola sem regras fala por si. Considero, porém, que não se pode viver só de regras e, deliberadamente, o professor pode tentar quebrá-las no meio das aulas, mesmo com algum risco para a retoma de concentração. Pode valer a pena empreender algumas iniciativas mais lúdicas e afectivas, com mais ou menos ousadia e humor, mas tendencialmente fora do comum. Sabendo que as regras “são para quebrar” (…), quebre-as o professor de quando em vez, ordeiramente, para as retomar depois, com mais «autoridade afectiva»…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Ap 21, 1-5
«Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos»
Os apontamentos bíblicos do tipo apocalíptico (um género literário em si próprio), são uma síntese curiosa de esperança, complexidade, mistério e imaginação. Nada de que não precisemos…
Ainda que nos possa não mobilizar insistentemente, cada um de nós, a seu jeito, tem questões do tipo teleológico, enquadráveis em incontornáveis equações sobre o futuro do futuro. Esperam-se vestigiais os cenários crentes de um medo do inferno escatológico, ou de uma conduta moral artificialmente baseada num prémio eterno de mérito por boas ações. Trata-se, isso sim, de confiar num sentido que resignifique esforços e lágrimas, na esperança de um encontro inimaginável mas possível, que se entrevê, já mas ainda não, neste lugar…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 10, 27-30
«Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me»
A metáfora de Jesus como pastor aparece de muitas formas nos Evangelhos. O Papa Francisco, encorajando os padres enquanto pastores, tem apelado ao sentido do olfato, para recomendar aos pastores da Igreja que “cheirem” aqueles com quem se relacionam na comunidade. Trata-se de um convite à abertura real face aos problemas do outro, condição base para que se possa atender e servir. Posto que em era pós-conciliar está reforçado que todos somos sacerdotes em Igreja, e, assim, todos pastores de um Pastor congregador, temos um convite universal a “cheirar” o outro, no sentido mais óbvio e fecundo, que é aquele de emprestar os sentidos a uma relação cuidada e cuidadora.
Convém à teologia ser autoafirmativa e não uma resposta autoritária. Por isso, sempre crítica e autocrítica. Ajuda, neste contexto, a imagem socrática da maiêutica. Estamos, como a parteira, Mãe daquele filósofo, a ajudar a nascer, a “extrair vida”, (re)fazendo e (re)dizendo… o que, porventura, já existe…
Tenho de reconhecer que, sendo Cristão, sou muito Judeu. Acredito num Deus que se quer revelar (relacionar com o Homem) e já no judeísmo, aperitivamente, Deus “fala”, “faz” e “liberta”… Em Jesus, atinge-se um (anunciado e percorrido) cume…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 21, 1-19
« Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes»
Os tempos litúrgicos pós-Páscoa relatam-nos sucessivas (re)aparições de Jesus aos discípulos. Permito-me relevar (dar importância secundária…) ao dilema hermenêutico-teológico de saber se apenas os discípulos “viram e comeram com o Senhor” ou se existiu uma fisicalidade síncrona espaço-temporal dos acontecimentos relatados nos evangelhos. O mais importante para a fé, penso, é penetrar vivencialmente nestas duas dimensões: 1- Deus revela-se na abundância (de peixes); 2- Deus radica-se no mais ordinário e essencial, em ciclos de vida dinâmicos e de dádiva (comer). Se “pescássemos” e “comêssemos” com este ‘toque de ressurreição’, a vida poderia ser mais intensa…
Sejam imagens, sejam palavras, importa usar os meios mais adequados para os alunos perceberem do que se fala, compreenderem o que acontece, conquistarem o que os faz crescer. O professor fascinado vibra com o encanto da palavra, como vibra com a força da imagem e usa ambos os meios como escopro e martelo da obra de arte que é a educação.