grande dádiva
Deus não só arrisca em nós como, em certo sentido, se busca a si mesmo em nós…esta em nós… Eis a grande dádiva…
Deus não só arrisca em nós como, em certo sentido, se busca a si mesmo em nós…esta em nós… Eis a grande dádiva…
Há vestígios na nossa vida que resultam de um natural e eficaz pragmatismo: fazemos ‘assim’… porque funciona. A empatia elementar, porém, deve sempre soar e até gritar o mantra de que “funcionar assim comigo não significa que funcione assim com o outro”…
Rezar é descansar em Deus, Aquele que é jugo suave e leve. Convém, quando fazemos esse ensaio de descanso, libertar aquilo que pesa, em nós, nos outros e no mundo. E se deus pesa, pondere-se se será Deus, pois Deus é apenas e só Amor. E o Amor é leve…
Rezar é difícil…
Queremos e cremos uma oração centrada em Deus.
É precioso, este tempo que Lhe damos.
É uma fonte de calma e de encontro…
É já bom tomar consciência deste tempo que passa
…e em que queremos estar mais de perto com Deus…
difícil… mas possível, como a vida…
Os argumentos e o raciocínio, são ingredientes fundamentais à sustentabilidade existencial e à crença ou não-crença no transcendente. No que concerne a fé, porém, é bom sublinhar que é difícil «chegar a Deus apenas com a cabeça». Acreditar na existência de Deus nunca é um dado adquirido, mas um processo dinâmico. Importante é viver como crente e confiar, como uma criança ao colo da sua mãe, que mais do que questionar a sua existência «goza» o seu afecto.
Usar em relação a si próprio e aos outros a racionalidade é um caminho útil para o cristão. Mas se a fé é uma procura para viver, será a vida a fornecer a maior luz. Neste sentido, a contemplação do mar, a amizade, uma criança, uma festa ou até uma contrariedade, um jogo ou lavar a louça, são experiências que, vividas com intensidade e entrega, poderão ser valiosas para um crente se deixar tocar pelo Deus de amor que nos está a criar.
A nossa vida interior tem algo de luta. Se assim for, a oração é um convite a pousar as preocupações, como o guerreiro pousa o arco e a flecha… e se rende…
Escrevi a uma amiga, mulher deste século, com uma provocação: Cara professora-mãe-esposa-sensual-gestora de casa-cidadã-não-super-mulher…”
A carência, é, definitivamente, o fulcro e até a alavanca da fé (como pano de fundo, bem entendido, está a Graça). Trata-se de uma carência amparável, o que demonstra a própria vida, apelando a uma fé, assim, exequível…
Há uma “pescadinha de rabo na boca” em que me sinto baralhado. Trata-se de gerir bem o tempo em que não sei gerir o tempo. Tantas vezes… Ocorre-me uma autoproibição (não me culpabilizar) e uma palavra de ordem (recomeçar).
Uma das inversões mais urgentes na prática religiosa cristã (que afeta significativamente a liturgia e as clássicas orações de petição) é a de assumir radicalmente que a graça é abundante e constante, que Deus “grita”! Vivemos numa atmosfera de graça (às vezes uma lufada, outras vezes mais abafado, mas sempre graça a respirar). Temos é dificuldade em reconhecer essa abundância, como o peixe não se reconhece molhado. E essa abertura e reconhecimento, essa mística de olhos abertos, importa pedir…