discussões…
Todos reconhecemos que há muitas discussões estéreis que poderiam ser interrompidas saudavelmente com uma afirmação, explicita ou implícita, do tipo “aceito radicalmente a tua opinião mesmo não concordando com ela…”
Todos reconhecemos que há muitas discussões estéreis que poderiam ser interrompidas saudavelmente com uma afirmação, explicita ou implícita, do tipo “aceito radicalmente a tua opinião mesmo não concordando com ela…”
Há duas perguntas desgastantes, onde investimos de mais e que apresentam, por vezes, frutos duvidosos nas relações e nas organizações: “quem tem culpa?” e “quem tem razão?” …
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 62
Encontramos no Salmo uma imagem muito real de nós próprios: “terra árida, sequiosa, sem água”. é uma descrição daquilo a que chamamos, também, desejo. O nosso coração tem uma sede eterna do eterno e esse desejo e essa carência move-nos e comove-nos, na fé e na vida. Quando as nossas apostas se dirigem ao provisório, ao precário, ao passageiro, a terra é regada mas logo seca com o Sol árido da própria vida. É a secura que se torna constante. Há que procurar, pois, para esta terra sedenta que somos, uma fonte, uma fonte de água viva. Para os cristãos, é Cristo esta nascente contínua, que nos rega a cada instante, que nos mata a secura, que nos torna carentes-desejantes-saciados, agora e para sempre. A água, convém notar, não elimina a sede: sacia mas permite a sede que vem. A fonte, essa sim, é a garantia da água abundante…
NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.
L 1 Jr 20, 7-9; Sl 62 (63), 2. 3-4. 5-6. 8-9
L 2 Rm 12, 1-2
Ev Mt 16, 21-27
Diante da cena de Eva nos Génesis não devo esperar um livro que se me impõe, qual criacionismo ingénuo. Pelo contrário, sou eu que me proponho ao livro, e me abro e amplio, revendo-me como num espelho sobre as maravilhas do mundo que está a ser criado e sobre as contingências da maçã que, apressadamente e autocentradamente, também eu quero possuir…
É inspiradora a máxima de não sei quem, que nos afasta do autocentrismo: “Existe Deus… e não sou eu…”
Há uma anedota simplória que corrobora: “certo dia no Céu alguém andava a descobrir quem seria Deus no meio de toda aquela panóplia de gente. Às tantas, jogando às cartas, descobriu. Levantou-se o parceiro de jogo e disse “então até amanhã, se eu quiser”…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 16, 13-20
Há uma pergunta muito central no cristianismo, que nos visita em espiral, sempre com aprofundamentos renovados: quem é Jesus, o Cristo, para mim? Embora a fé vivida na Igreja sublinhe o “nós necessário”, o caminho conjunto (a Igreja pode ajudar-me a que eu “me livre de mim mesmo”, concentricamente…), esta pergunta é muito pessoal e dinâmica. Para os cristãos, é uma pergunta que se vai fazendo e que vai tendo como respostas sucessivas a nossa própria vida (con)formada nessa mesma percepção (assim vivida) de Cristo em nós.
NOTA: Este texto repete em parte ou no todo palavras já escritas neste blog, noutro contexto.
L 1 Is 22, 19-23; Sl 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 6 e 8bc
L 2 Rm 11, 33-36
Ev Mt 16, 13-20
Somo seres “em circunstância”. Uma certa rendição às circunstâncias gera liberdade interior. Mas o que acontece muitas vezes é uma imersão cega nas circunstâncias. Acolher a circunstância, portanto, liberta. Mas ser refém da circunstância, sem visão de saída nem coragem para a mudança, oprime…
De eros
me sou feito.
Aqui o excesso
é sempre excesso.
A falta
é sempre falta, também…
Embora incerto,
só estou certo,
com ou sem
(in)satisfeito eros,
que a entrega é um bem.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 15, 21-28
A mulher a quem Jesus dirige as palavras «é grande a tua fé: faça-se como desejas», é uma mulher gentia, exterior ao povo judeu. Depois de insistir para que Jesus a visse e atendesse, ela vê confirmada a sua aposta no Mestre e é atendida pela Sua misericórdia. Se dúvidas houvesse sobre a porosidade dos que podem aceder a Jesus, este texto do Evangelho recoloca-nos na radical abertura. Fora da esfera formal e institucional da Igreja, como sabemos e vemos, há muita fé! Esta passagem pode ajudar-nos a abrir horizontes e vistas, reprimindo qualquer fundamentalismo e fechamento religioso. É muito saudável perceber que pode haver salvação (fé, verdade, vida, felicidade, encontro…), fora da tradição de qualquer religião. Dito de outra forma: toda a fé, toda a verdade e toda a vida autêntica, com ou sem rótulo, coerente com o amor, é de Deus. Pode, aí nesse lugar, ser muito grande a fé…
NOTA: Este texto é repetido/ajustado a partir de evento já publicado neste blog anteriormente.
L 1 Is 56, 1. 6-7; Sl 66 (67), 2-3. 5. 6 e 8
L 2 Rm 11, 13-15. 29-32
Ev Mt 15, 21-28
A tradição aponta os chamados três transcendentais que, a bem dizer, dão síntese à possibilidade de balbuciar Deus: beleza, bondade e verdade.