Inácio
Amanhã celebra-se o dia de Inácio de Loyola. A sua inspiração é um entrançado de vontade, razão, moções, discernimento e sentidos.
Amanhã celebra-se o dia de Inácio de Loyola. A sua inspiração é um entrançado de vontade, razão, moções, discernimento e sentidos.
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Jo 6, 1-15
Jesus pegou então nos pães, deu graças a Deus e distribuiu-os à multidão
Este trecho do Evangelho referente ao milagre da multiplicação dos pães é muito mastigado no plano teológico e apostólico. Parece ser consensual, contudo, além do sinal da abundância, que há um véu que se entreabre no sentido de Jesus convocar os homens (cada um de nós) para o grande sonho da partilha. Há perguntas que nos podemos fazer, com algum alcance de crescimento, diante desta convocatória para receber, distribuir e partilhar: que pão me faz falta? Sendo eu aquilo de que me alimento, de que me encho? Que pão acumulo? Que pão partilho? Que pão poderia partilhar mais?
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
L 1 2 Re 4, 42-44; Sl 144 (145), 10-11. 15-16. 17-18
L 2 Ef 4, 1-6
Ev Jo 6, 1-15
A paciência comigo e com Deus tendem a confundir-se. É esse o tutano da significância maior de que “Deus mora dentro de mim”…
Palavra que salva
A palavra é
varinha
eternizante.
Dizer salva.
Até o amor,
que é ato,
e pode ser
iludido com sílabas,
se sela
dizendo.
Se amares,
agindo,
não deixes de
explicitar
com letras
coerentes e cantadas,
para que esse
mesmo amor
não morra jamais…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Slm 22
habitarei para sempre na casa do Senhor
«Habitarei para sempre na casa do Senhor», proclama o refrão do salmo. Este convite à fidelidade (para sempre) é dos dons mais preciosos da fé. O compromisso, a fidelidade e o ‘para sempre’ podem soar a monótono e a ‘sem aventura’. Ser fiel, porém, pode ser um permanecer que conduz a saborear terrenos de abundância. As tensões paradoxais em que vivemos (e que somos!) conduzem-nos a uma possibilidade dos extremos se tocarem. Um desses jogos dicotómicos acontece com a liberdade e com o compromisso. E se ‘ficar para sempre’ fosse uma abertura? E se a obediência fosse uma liberdade?…
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
L 1 Jr 23, 1-6; Sl 22 (23), 1-3a. 3b-4. 5. 6
L 2 Ef 2, 13-18
Ev Mc 6, 30-34
A tensão entre a contenção e a abertura ao improviso espontâneo marcará um dos discernimentos mais agudos da nossa existência.
Há um conceito químico crucial que tem grande potencial analógico na nossa cultura. Trata-se da hibridização. Sabemos que os eletrões que autenticamente ‘colam’ os átomos em estruturas mais complexas a que chamamos moléculas, pertencem sempre a mais do que um átomo. Os espaços onde é provável encontrar esses eletrões (chamamos-lhes orbitais) são muitas vezes misturados e não pertencem a nenhuma entidade em exclusivo. Assim é, analogicamente, com os territórios culturais em que vivemos: ciências, artes, humanidades, religiões, estão absolutamente hibridizadas…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mc 6, 7-13
ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão
As palavras que Jesus dirige aos Seus companheiros, por ocasião do envio (da missão, da missa…), são de importância vital. Ele prepara os discípulos e estabelece algumas condições para o apostolado. Enquanto apóstolos de Jesus, há que meditar nestas palavras e afinar o estilo apostólico, que deve ser o de Jesus. Lembremo-nos, nomeadamente, que o caminho deve ser feito de mãos vazias, só com o bastão, prontos a acolher os outros e as suas vidas. A ideia de esvaziar a mochila e partir de mãos mais abertas é uma inspiração de vida, neste tempo em que a contingência se entrelaça com excessos securitários. Deixemos em casa o que nos pode pesar… Mais ainda, “nada levar”, significa também, no lastro apostólico, estarmos prontos a receber (nunca a ‘despejar’…) daqueles com quem nos vamos cruzar.
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
L 1 Am 7, 12-15; Sl 84 (85), 9ab-10. 11-12. 13-14
L 2 Ef 1, 3-14 ou Ef 1, 3-10
Ev Mc 6, 7-13
Há que apostar no que está na nossa mão (alimentar a paciência, a receção, o silencio, a leitura, o estudo, o crescimento e, principalmente, o ânimo, que é tanto trabalho quanto graça…). Depois, quando a realidade vier (e está sempre a vir), seja qual for, tecer com essa mesma realidade qualquer coisa de belo…
Uma cultura bioética procura sempre a melhor solução para problemas relacionados com a vida humana. Por isso, a sua necessidade vem da importância em dignificar a vida humana em todas as formas, incluindo a forma do embrião, assim como dar um sentido a toda a vida humana, incluindo o sofrimento. A vida é a expressão mais bela de uma humanidade que «cresce e se multiplica» (Gn, 1, 28) e, do meu lado, a reflexão bioética só tem futuro se tomar a vida, a menos de palavra melhor, como sagrada e ‘inegociável’…