O que importa

O QUE IMPORTA

O que importa

aferir

as culpas

deste naufrágio?

O que importa

saber

o porquê

da tempestade?

O que importa

conhecer

os pormenores

deste quadro

bonito,

visto de longe?

O que importa

salientar

os nós deste tapete

que resultam

num alegre bordado?…

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

acessível aqui

JP in Poemas 30 Junho, 2018

Aguentar…

Não fomos feitos para ‘aguentar’ mas sem ‘aguentar’ não nos fazemos…
JP, 2018
JP in Frases 29 Junho, 2018

solidão

SOLIDÃO

Estou sozinho

com meio coração

pendurado

no destino.

Não escondo

a tentação.

Tenho ar para respirar.

Tenho tudo

agora, aqui

neste lugar!

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

acessível aqui

 

JP in Poemas 28 Junho, 2018

a minha poesia

A MINHA POESIA

A minha poesia

é cíclica,

fechada,

conclusiva.

Fria!

Igual!

A minha poesia

não é poesia,

como eu,

A minha poesia

é forçada,

procurada,

construída.

Estranhamente,

por detrás

destas grades,

espreito um

prado onde

gosto e

desejo

… estar.

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

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JP in Poemas

sem chave

SEM CHAVE

Chego a casa

sem chave.

Procuro por entre

as pingas da noite

a sombra da solução.

Traço pelo passeio

as melodias.

Uma história

sem destino

um destino

sem destino,

uma casa

na memória.

A paixão por esta vida

tal e qual

na confusão.

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

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JP in Poemas

sonho esquecido

SONHO ESQUECIDO

Sonhei

com um poema

que esqueci.

Como o estrume

que alimenta

a terra para

dar fruto.

Assim

eu trabalho

o barro

bruto e feio.

Assim esculpo.

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

acessível aqui

 

JP in Poemas

poema sem nada para dizer

POEMA SEM NADA PARA DIZER

Até sem nada para dizer

se pode escrever um poema.

Como o silêncio fala

e o branco é cor.

Como sem forma há forma,

como sofrer é amor.

Como o curto é comprido

e o rejeitado é querido.

Como a morte é vida

e o detestado apetecido.

Como quem julga na alma

não ter nada para dizer.

Pega na tinta e papel

e acaba sempre por ter…

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

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JP in Poemas

sopram ventos

SOPRAM VENTOS

Sopram ventos

em imensas

direcções.

Ecoam vozes

de tons diferentes

em cada

linha do horizonte.

Forças várias

empurram-me

para muitos

sentidos.

A luz.

A cor.

A água

são o deserto

em que me encontro.

Não tenho tudo

mas sei o caminho.

Sei que depende

muito de mim…

in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse, Coimbra.

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JP in Poemas

este gesto de ser

Livro (on line) editado pelas Edições Sagesse.

Pode ser acedido abaixo

paiva-Este gesto de ser – texto

Referência: Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse.

Para adquirir o livro contactar: www.palimage.pt

Nota: neste blog, há poemas constantes do livro, com etiquetas, disponibilizados ‘avulso’.