Páscoa 2018

Pedro, o discípulo muito amado – que somos cada um de nós – foi “ontem” servido por Jesus no lava-pés.
“Hoje”, trai Jesus três vezes. Jesus, “amanhã”, vai escolher este traidor, Pedro, que somos nós…
Pedro, que somos nós, “amanhã”, vai ter vários sinais do amor definitivo de Deus: a paz, o perdão e o envio.
É isto a Ressurreição, de Jesus, e de Pedro, que somos nós…
Pedro, que somos nós, é um “traidor” (carente), escolhido, amado, e cheio de futuro. Assim somos nós, Aleluia!

Páscoa’ 2018

JP in Espiritualidade Frases 26 Julho, 2018

Natal 2011

A todos desejos de Excelente Natal e Bom ano Novo.
Natal talvez nos possa inspirar para encarar o Ano Novo com mais otimismo, fazendo toda a nossa parte no entusiasmo pela vida e na responsabilidade pela justiça e pela solidariedade.
Um olhar alegre e benigno sobre si próprio e sobre cada outro poderá ajudar.
A religião, como desafio “religante” das questões “quem sou eu?” e “quem é Deus?”, ganhará com o recentramento no nascimento que celebramos.

dezembro’ 2011

Natal 2012

Vivemos a festa dum acontecimento que não se sabe ao certo quando e como se deu mas que marcou e marca a nossa vida.

Há incertezas específicas sobre alguns dados desse nascimento mas mantém-se forte e vital a mensagem. Os evangelhos (relatos não jornalísiticos e transportantes da subjetividade de quem os escreveu) podem colher no risco da fé uma notícia relevante: Deus fez-se um de nós e disse (continua a dizer) que quanto mais humanos formos mais somos de Deus (que é amor).
Desejamos neste Natal 2012 que se celebre a festa do amor com toda a sua humanidade: alegria, gosto por receber, gosto por dar, sorriso, tristeza transformada, amizade, festa, comida, partilha, frio que vira calor, pobreza que nos torna sensíveis e generosos, doçura.

dezembro’ 2012

Natal 2013

Que este tempo de esperança (espera) dê a todos coragem e ânimo para um novo ano de vida.
Nascer é sempre risco e oportunidade, beleza e custo, dor e conforto, grito e silêncio.
Perceber (por dentro) e viver a evidência de que toda esta tensão do (re)nascimento é fio para tecer, é a graça que pedimos para todos.
dezembro 2013

Natal 2014

Este nascimento de Alguém que se propõe pobre e não se impõe poderoso, remete-nos para um voto de confiança libertador.
É mesmo da luta entre a violência e a alegria que se trata. A segunda, a alegria, vence profundamente…

Abaixo, fitando o diálogo humanista, vejam-se os versos do não crente
(talvez místico…), Nietzsche:

«Eu dormia, eu dormia,
despertei de um sonho profundo.
O mundo é profundo.
E mais profundo do que o dia imaginava.
Profunda é a sua dor,
a alegria – mais profunda ainda que a aflição.
A dor diz: Passa e perece!
Mas toda a alegria procura a eternidade,
Procura a profunda, profunda eternidade.»

Friedrich Nietzsche, Assim falava Zaratustra

 

dezembro 2014

Natal 2017

Que este Natal seja inspirador para tomarmos como hóspedes todos os sentimentos, realidades e desafios, interiores e exteriores.
O nascimento de Alguém especial tem nas entrelinhas um convite insuplantável: acolher a realidade como ela é e, a partir dessa radical aceitação, construir na vida de cada instante uma promessa de Esperança.

dezembro’ 2017

Natal 2016

Sabemos que esta missiva é razoavelmente ‘industrial’ e que melhor seria um abraço personalizado a cada um(a).
Entendemos, contudo, que é a forma possível de nos lembrarmos uns dos outros e sublinharmos o que nos une e o que nos mobiliza numa esperança comum.
Sem prejuízo de tal abraço, no corpo, no tempo e no espaço (como se fez e faz no Natal de Nazaré), enviamos as Boas Festas.

dezembro’ 2016

Sexualidade e Afectos

Livro editado pela Plátano Editora

Referência: Jacinta Paiva e J. C. Paiva, Sexualidade e Afetos, Plátano Editora, Lisboa, 2001

Para adquirir o livro contactar:

https://www.platanoeditora.pt/?q=C/BOOKSSHOW/sexualidade-e-afetos

Nota: neste blog, pode haver textos constantes do livro, com etiquetas, disponibilizados ‘avulso’.

JP in Educação Livros 20 Julho, 2018

A química das relações: pais, filhos e a escola…

Paiva, J. C, A química das relações: pais, filhos e a escola…. Revista leya-educação (on line), março, 2018.

 

Disponível em https://www.leyaeducacao.com/z_escola/i_376

A química das relações: pais, filhos e a escola…

A química, como ciência das propriedades e transformações da matéria, tem uma das suas bases fundamentais na interpretação de fenómenos macroscópicos (visíveis a olho nu) a partir do comportamento dos pequeníssimos corpúsculos que constituem todo o universo, incluindo cada um de nós. Se ainda não reparou, nós somos química em ação!

Serve o contexto químico acima para nos situarmos – a partir do fascinante mundo da química – no dinamismo daquilo que somos. As analogias da química com a vida tal e qual são impressionantes, não fosse a química a ciência das misturas. Os átomos e as moléculas ligam-se mais ou menos, desligam-se e agitam-se… e assim dançam no tempo. A química espelha, por extrapolação, as relações humanas e aquilo que nós próprios somos: forças, ligações, oposições, atrações, repulsões, transformação, reação… E se nos situarmos na complexa triangulação pais-filhos-escola temos a química no seu esplendor: mistura (às vezes explosiva…) de potencial ligante!

A gestão da distância crítica destas relações entre os encarregados de educação, os seus educandos e a realidade escolar é de grande centralidade. Assim como na química há iões complexos (partículas de carga com estruturas menos simplificadas), assim também este triângulo relacional é, no mínimo, complexo. Temos uma escola aberta e por inerência vital dessa condição que conquistámos e não queremos perder, a escola (então um sistema aberto, como muitos dos sistemas químicos) troca matéria e energia com o que a rodeia.

Talvez possamos refletir sobre a sensibilidade do sistema face ao encontro da distância crítica ótima dos seus vários agentes, por observação dos seus exageros e caricaturas, infelizmente não raros na química das nossas escolas:Há escolas, professores e sistemas educativos (inclusive políticos) que têm medo dos encarregados de educação (se estes forem professores, ainda mais…).
Há encarregados de educação que ocupam demasiado espaço no contexto escolar, protagonizando onde não é suposto e assumindo um papel de policiamento dos professores e da vida escolar, que não é nem justo nem pedagogicamente fecundo.
Há pais com distâncias críticas muito curtas face aos seus filhos e ao seu percurso escolar (umbilicalidade que adia teimosamente a desejada autonomia) e, não raras vezes, muitíssimo preocupados com o contexto académico do aproveitamento e pouco incomodados com o alinhamento ético do que mais importa na educação.
Há encarregados de educação que entendem que “é à escola que cabe educar” e se demitem das mais elementares funções, as mais radicais das quais se praticam na família.

Como em muitos dilemas educativos, casos particulares dos dilemas da vida, procuramos um justo equilíbrio entre dois polos (mais uma vez, em ponte analógica com cargas elétricas em átomos e moléculas): a) há professores que se fecham ou abrem de mais; b) há pais que se aproximam ou afastam de mais; c) há alunos que esperam ou desesperam de mais.

Há quem chame à química a “ciência dos eletrões de valência”. Isto porque nas ligações químicas, os átomos tendem a preservar o seu cerne central e partilhar os seus eletrões (livres) que, em muitos casos, por essa radical partilha, deixam de ser seus. Seria esta uma boa analogia para os pais verem os seus filhos? Serão mesmo livres os nossos descendentes? Muitas vezes, os pais entendem, no plano intelectual, que cultivam a liberdade na educação mas, na primeira oportunidade, prendem-nos em ratoeiras de expectativa, de condicionamento, de narcisismo e de projeção da sua imagem própria (digo que quero que tenhas boas notas para o teu bem mas o que me move verdadeiramente é a minha imagem de pai ou de mãe de filho com boas notas…). Outras vezes os eletrões estão de tal maneira livres (assim acontece nos metais) que são libertinos, não possuem qualquer identidade de ligação e, como tal, não podem ter o toque amoroso de serem cuidados. Tudo isto se projeta nas relações escolares dos encarregados de educação e por tudo isto compreendemos que é tão desafiante quanto enorme a obra da educação. Valha-nos o dinamismo das transformações químicas e a mais elementar humildade e abertura ao crescimento de cada um: para pais, filhos e professores, para todos, educar é educar-se!

JP in Educação Química Textos 3 Julho, 2018