morrente
Sou um morrente, antes mesmo de ser moribundo. Ou é um drama sem sentido ou um desafio. Escolho o segundo, este de ir vivendo-morrendo por amor.
Sou um morrente, antes mesmo de ser moribundo. Ou é um drama sem sentido ou um desafio. Escolho o segundo, este de ir vivendo-morrendo por amor.
Uma coisa (claramente positiva) é a culpa, como abertura humilde e positiva à assunção de fragilidades várias, vertidas em ações. Outra coisa é a culpabilidade, assim entendida como algo auto-corrosivo, desgastante e desgastador, culpabilizante, no poior sentido dos termos… sem rasgos de perdão…
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se Mt 2, 1-12
«regressaram à sua terra por outro caminho»
Em celebração de “dia de Reis”, já depois do Natal, há vestígios ainda de “conversão”, no melhor sentido dos termos, isto é, como mudança de vida. O simbolismo dos Reis Magos terem “regressado por outro caminho” é forte: significa que aquele encontro especial (com um sentido, com O sentido…) os fez mudar trajetórias. Talvez uma das maiores riquezas da ritualização espiritual seja o radical e sistemático convite à novidade, ao confronto, à mudança de trajetória, ao “regresso por outro caminho”. Era bom cultivarmos interiormente a disponibilidade de nos tocarmos, de nos co-movermos, quando visitamos alguém, quando ensaiamos novos cenários, quando nos entregamos a novos encontros. E diante, dessas novidades, das novidades da vida, alvitrar outros regressos…
A plenitude, que não é a totalidade, não pode ser possuída. É próprio da plenitude não se fechar nem se conter, antes irradiar. Nesta linha, as religiões terão grande ‘trabalho de casa’ para fazer, pois, não raras vezes, se entendem a si próprias e se vivem como um monpólio, que nunca é nem será seu…
Há poucas dúvidas, quando se olha o quotidiano familiar, que os telemóveis e dispositivos congéneres, principalmente nas mãos do mais novos, parecem subtrair ao diálogo familiar. Sem prejuízo de algo nessa linha acontecer (e dos educadores tomarem as suas precauções criativas e normativas*), pode ser um “mito” por confirmar. Quem nos diz que nas família de ontem, sem telemóveis mas com outros bloqueios, como o autoritarismo, havia genuíno diálogo familiar?…
Thomas Gordon* refere que, muitas vezes, à tirania dos professores e dos adultos enquanto pais (o que ele chama «Método I»), se opõe o não menos mau Método II, que é a «tirania das crianças ou dos alunos». Ele aponta-nos o Método III, baseado na negociação, conhecido pelo método «sem vencidos nem vencedores». A procura deste método (III), em casa e na escola, é um dos maiores dasafios da educação. Puxa pela nossa criatividade e paciência.
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1 Gordon, T. (1998), Eficácia na Educação dos Filhos, Encontro Editora, Lisboa.
2 Gordon, T., Burch N. (1998), P.E.E. Programa do Ensino Eficaz, edição Escola Superior São João de Deus, Lisboa.
Compreendo e valorizo que pessoas e instituições peçam desculpa a quem ofenderam ou maltrataram, importando igualmente os propósitos de emenda e restituição eficazes a empreender, de forma consequente. Há, porém, um cuidado a ter no sentido de contextualizar as experiências sem assincronia, não caindo na desfocagem de julgar o passado de ontem como os dados do presente. Tal assincronismo é injusto e esquizofrénico e pode levar a uma automartirização discutível. A assunção de culpa e o pedido de perdão tiveram sentido, mas havia outros contextos e limitações a ter em conta…
A assertividade é uma busca constante. A emoção do outro face a uma eventual crítica minha não é desprezível, mas não é o maior dos argumentos para desempatar a tensão ‘digo/não digo’. Não importa tanto se o outro fica triste ou não com o que digo, importa se o que eu digo é pretexto de crescimento e aproximação da verdade e da justiça. Pessoalmente, entendo que só devo experimentar esta assertividade verbal com quem a deseja receber. Há relações (sem futuro) que não merecem a crítica.
Vendo bem, costumamos celebrar e desejar as Boas Festas do Natal, antes do Natal…
Simbolismos à parte, o Natal é DESDE JÁ, embora AINDA NÃO JÁ.
Excelente metáfora de todos os nossos (re)nascimentos e da nossa própria vida, plena de encontros sonhados e em construção.
O Natal é um encontro antecipável…
Bom Natal 2019!