Dose certa
Dose certa
Procuro a
minha dose.
Quanto sou?
Que espaço ocupo?
Que tempo tomo?
Às vezes, sou demais,
quase veneno.
Encho com excessivas
palavras.
Melhor fora ser
silencioso solvente.
Outras vezes
devia ser mais presente.
Mais soluto.
Mais concentrado.
Sou micro-escala
quando deveria
gritar ao mundo
toda a injustiça.
Meu sonho?
Ser tónico, não tóxico.
Procuro a
minha dose,
a dose certa…
in Paiva, J. C., Quase poesia quase química (2012) (e-book). Lisboa, Sociedade Portuguesa de Química.
acessível aqui (porventura enriquecido com uma ilustração)