as vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela traça
Na liturgia católica romana deste fim de semana escuta-se II Tg 5, 1-6
as vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela traça
O texto da epístola de Tiago alude à precariedade da materialidade e à fragilidade da acumulação. A Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, aponta, em inúmeras passagens, para a fragilidade do ter, face à força do ser. Para aqueles que leem estas palavras e já possuem alguma cultura espontânea de austeridade e a quem a vida já ensinou que vale muito pouco a pena acumular, convém abrir uma outra porta, que nos conserva sempre uma positiva inquietação: é que há ainda muitos humanos no nosso planeta que não têm os mínimos e a quem seria imoral pedir qualquer desprendimento, qualquer austeridade. É legítimo que esses desejem ter o mínimo que nunca tiveram e de que precisam. Não chega, portanto, sermos modestos e austeros (embora seja um ponto de partida
importante). Parte do movimento de todos nós, mesmo dos menos materialistas, é incentivar e empreender genuínas partilhas, à escala global. No limite, criar condições para uma austeridade escolhida, fundada na dignidade de todos. Essa partilha, sim, é garantia que a traça não corrói…
Este texto é adaptado em parte ou na totalidade de palavras anteriores já publicadas.
DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM
L 1 Nm 11, 25-29; Sl 18 (19), 8. 10. 12-13. 14
L 2 Tg 5, 1-6
Ev Mc 9, 38-43. 45. 47-48