Encíclica do Papa Francisco Fratelli Tutti: fraternidade para o mundo e para cada um de nós

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J. C. Paiva, Fratelli tutti: fraternidade para o mundo e para cada um de nós Site PontoSJ (que se recomenda…). 04 de outubro de 2020.

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Fratelli tutti: fraternidade para o mundo e para cada um de nós

Não há aspiração humana (mais ainda cristã) que deixe de apontar para
a abertura ao outro, à fraternidade… e à fraternidade com
todos….Por isto, Fratelli Tutti é um documento que nos inspira mas,
sobretudo, nos envia!

1- Pontos de Abertura

Fratelli Tutti é uma encíclica que nos inspira a ver, julgar e agir no
horizonte da fraternidade universal. Parte de dentro da Igreja mas de
uma Igreja cada vez mais porosa, aberta a inspirações externas e capaz
de inspirar todas as periferias. Até o samba brasileiro está presente,
com a lírica de Vinicius de Moraes que nos apresenta a vida como a
arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida (215), qual
metáfora da morte e Ressurreição, lastro da fraternidade.

Acedi ao convite de fazer uma síntese e um eco em mim deste documento
do sumo pontífice, mas, desde logo, ciente da dificuldade em colher
sumo de tanto sumo… Costumo lembrar aos meus alunos, principalmente
quando me apresentam documentos extensos de mais, aquela máxima de
Pascal: “escrevo-te esta carta longa porque não tive tempo de a
escrever curta”. No vertente caso, desde o início da leitura,
apercebi-me que, mesmo com muito mais tempo, não conseguiria dizer com
poucas palavras as muitas ideias que já em mim ecoam. Logo do final da
primeira leitura resultou um excesso de sublinhados quase impossível
de conter nesta esforço de síntese… Por isto mesmo, e antes de mais,
recomendo a leitura total, paciente, consoladora e desafiante deste
documento oferecido a todos nós.

Esta obra traz, no geral, o embalo de toda a história da Igreja e, em
particular, resume e interliga as múltiplas reflexões, intervenções e
outros documentos do Papa Francisco. Faz a ponte entre a inspiração de
sempre, tomada em Cristo, no século primeiro, e uma leitura moderna e
lúcida deste tempo que vivemos no século XXI. A inspiração do título
(Fratelli Tutti) é de um Santo, precisamente, São Francisco, do século
XIII (o mesmo que inspirou a encíclica Laudato Si e de quem o Papa se
aproxima bastante, a começar no próprio nome que escolheu para o seu
pontificado). São curiosos os dinamismos em espiral que atravessam
todos os tempos: assim como São Francisco foi marcado pela sua visita
ao sultão Malik-al-Kamil, que o inspirou a recomendar que se evitem
todas as formas de agressão e contenda e a viver a humildade e a
fraternidade mesmo com quem não partilha a nossa Fé (3), o Papa
Francisco reconhece no seu encontro com o Grande Imã Ahmad
Al-Tayyebalgo determinante no rumo desta encíclica (285). Esta
impulsão no dinamismo ecuménico e inter-religioso, que tem na
fraternidade uma charneira comum, sublinha a não autorreferenciação
mas a Igreja “em saída”, que Francisco não se cansa de afirmar, dando
assim tónus à identidade cristã (282) marcada pela novidade, pelo
encontro, pela abertura, pela não defensividade e pela fraternidade
(277).

O documento está dividido em sete capítulos, que vão desde um olhar
acutilante sobre o nosso mundo e as suas sombras (I) à própria questão
das religiões face ao desafio da fraternidade (VII). No meio,
referências a questões cruciais do nosso tempo, como as migrações, a
organização social, a era da digitalização, o mundo da política, da
economia e da cultura. Um olhar atual, com os óculos da fraternidade.
Na organização temática, sublinharia algumas palavras ou expressões
que falam por si e nos dão conta do rumo seguido neste documento:
“mundo fechado”, caminho, abertura, amizade, encontro e serviço.

Em todas as secções (não poderíamos estranhar isso em Francisco…) há
referências constantes aos mais excluídos, preocupações particulares
com aqueles a quem o Papa tem chamado os “(cruelmente) descartados da
sociedade” (19): idosos, deficientes, estrangeiros, frágeis, mulheres
indefesas, indigentes, últimos, etc… Fratelli Tutti…

Uma nota final nesta introdução para destacar que apesar do estilo
expectável da encíclica, muito prática, quotidiana, positivamente
banal e sem rodeios, há substrato de grande valor teológico,
filosófico e cultural (81, 134, 206, 216). Esta observação é
importante para amparar críticas (quanto a mim injustas) que vão sendo
feitas a este papado, principalmente de dentro da Igreja, que apontam
certa falta de densidade conceptual na base do pensamento de
Francisco.

Uma nota final nesta introdução para destacar que apesar do estilo
expectável da encíclica, muito prática, quotidiana, positivamente
banal e sem rodeios, há substrato de grande valor teológico,
filosófico e cultural.

2- Pontos de inspiração

O que desenvolvo neste segundo ponto são os sublinhados pessoais mais
relevantes do documento. Não só assumo a subjetividade do processo, no
que diz respeito às escolhas feitas, como intuo que, em releituras
seguintes, me focaria em zonas diferentes.

a)    A cumplicidade entre esta encíclica e a Laudato Si é evidente:
Cuidar do mundo que nos rodeia e sustenta significa cuidar de nós
mesmos. Agora somos desafiados a constituirmo-nos como um «nós» que
habita a casa comum (17).

b)    Referências muito concretas a situações atuais como a pandemia
por Covi19 (32) ou a tensões relacionadas com as migrações e outros
problemas das sociedades onde vivemos. Estamos todos numa clara
emergência de interfragilidade, que não permite soluções
individualistas mas sim sistémicas e plenas de solidariedade. Os
caminhos terão também na fraternidade (e não noutros mecanismos) a
verdadeira solução: “a tentação de fazer uma cultura dos muros, de
erguer os muros, muros no coração, muros na terra, para impedir este
encontro com outras culturas, com outras pessoas. E quem levanta um
muro, quem constrói um muro, acabará escravo dentro dos muros que
construiu, sem horizontes. Porque lhe falta esta alteridade” (27).

c)    Ao citar com frequência outros papas, Santos de vários tempos e
documentos variados, o Papa coloca também visível o positivo valor da
tradição, expondo a Igreja na sua matriz de barca ajudante, capaz de
permanecer firme, proponente, lúcida e atuante nas tempestades das
gerações. Em particular, aqui e ali, compreende-se uma agenda ainda
importante e urgente de atualizar o Concílio Vaticano II, ele próprio
bastante apontador – para fora – de que somos, de facto, Fratelli
Tutti: “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos
homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem,
são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias
dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente
humana que não encontre eco no seu coração”. (56)

d)    Como não poderia deixar de ser, a raiz bíblica da fraternidade é
muito explorada neste documento. O centro nevrálgico do desafio
fraterno é muito bem colocado na pergunta de Deus a Caim em Génesis 4:
“onde está o teu irmão?” (57). Os pontos 62 a 72 da encíclica, por sua
vez, desenvolvem de forma inspirada e inspiradora a parábola do bom
samaritano como lema de fraternidade.

e)    A abertura aos outros como missão e como expressão de liberdade
não conhece exceção nos seus protagonistas. A família e o seu valor,
não escapam: “O vínculo de casal e de amizade está orientado para
abrir o coração em redor, para nos tornar capazes de sair de nós
mesmos até acolher a todos. Os grupos fechados e os casais
autorreferenciais, que se constituem como um «nós» contraposto ao
mundo inteiro, habitualmente são formas idealizadas de egoísmo e mera
autoproteção” (89).

f)     A aspiração a uma genuína liberdade passa pela fraternidade.
Falsas aparências de “liberdade individual”, muito veiculadas na
cultura contemporânea, geram uma separação nada humanizante entre a
pessoa e o contexto (111). O não cumprimento de indicações justas e
oportunas, sanitárias ou de organização social, podem ser disto um bom
exemplo.

g)     Há no documento inúmeras referências a problemáticas
sociolaborais, onde se sugere a fraternidade numa perspetiva mais
sustentável. Chama-se à atenção para um certo caráter provisório e
insuficiente do pão necessário, em confronto com a importância do
“trabalho para todos” (127).

h)     A política merece um particular destaque nas preocupações de
Francisco e neste confronto do mundo com a fraternidade. O capitulo V
(“A política melhor”, embora se pudesse chamar a “política menor”,
pelas múltiplas críticas a certa forma de fazer política…) é o mais
longo do documento. Há, de facto, uma via da política para e na
fraternidade, onde a inspiração cristã… pode ser inspiradora (165,
180, 194). Não pode estranhar-se uma insinuação fortemente crítica aos
populismos (156), ao neoliberalismo desregrado (168), à corrupção
(176). Apreciei o apontamento de valorização e redignificação de
organizações como a ONU (173) e as muitas menções justificadas à
nobreza da política (186, 197) que, na senda do Vaticano II, convocam
os cristãos para o empenhamento político.

i)      Merece uma referência minimamente patriótica (…) a invocação
do documento dos Bispos portugueses (178), citando, a bom propósito da
fraternidade, que a “a terra é um empréstimo que cada geração recebe e
deve transmitir à geração seguinte”.

j)      Está presente uma alusão crítica e equilibrada no que concerne
às comunicações digitais e aos seus contextos de utilização: “a
difusão altissonante de factos e reivindicações nos media, na
realidade o que faz muitas vezes é obstruir as possibilidades do
diálogo” (201). Com efeito, o conhecido e experimentado ruído dos
média e da redes sociais, que se nos oferece e tanta vezes nos esmaga,
pode impedir a genuína e desejável fraternidade. É verdade que, bem
usados, os meios digitais podem ajudar (205) mas, como em quase tudo,
é preciso discernimento, disciplina e boa ação para que estes recursos
contribuam para a fraternidade universal.

k)     É de destacar o apontamento de que os encontros que se desejam
para construir a fraternidade não significam voltar ao período
anterior dos conflitos (226). Os processos de reconciliação demandam
grande criatividade e procura de “terceiras vias”, que quebrem as
dicotomias e oposições primárias e sem saída (233). Ajudam e são
crucias, com toda a certeza, as inspirações cristãs do perdão, ainda
que sem ingenuidades nem facilitismos, que escamoteiem que “perdoar
não significa que continuem a espezinhar a dignidade…” (241).

l)      Convém tomar nota das posições emergentes que esclarecem a
posição atual da Igreja sobre a guerra e a pena de morte. A “guerra
justa” parece não ter lugar (258) e a pena de morte (263), ou mesmo a
prisão perpétua, “pena de morte escondida” (268), são consideradas
inadmissíveis na plataforma de uma visão cristã de fraternidade.

m)    Como seria previsível, são focados e desmantelados os laivos de
radicalismo religioso (284), apontando-se, pelo contrário, o potencial
de fraternidade alcançável nas e pelas religiões, cada uma com sua
contribuição (283).

3- Pontos de interrogação

Um documento como este tem sempre, além do conteúdo explícito,
aberturas que se podem constituir como janelas de inspiração mais
lata. Por outro lado, aqui e ali, permito-me chamar à atenção, não
tanto de fragilidades ou dissonâncias críticas em relação às palavras
do Papa, mas de possibilidades de certa distorcida interpretação ou
enviesada (não) contextualização que outros possam fazer.

i)      E a Igreja não é também, muitas vezes, palco de obstáculos à
fraternidade?

Ao criticar os estados e certos aspetos da cultura atual, não podemos
deixar de olhar para nós mesmos, enquanto Igreja, e reconhecer que,
não raras vezes, somos também impedimento fraterno. Podemos todos
concordar que “uma maneira eficaz de dissolver a consciência
histórica, o pensamento crítico, o empenho pela justiça e os percursos
de integração é esvaziar de sentido ou manipular as «grandes»
palavras. Que significado têm hoje palavras como democracia,
liberdade, justiça, unidade? Foram manipuladas e desfiguradas para
serem utilizadas como instrumento de domínio, como títulos vazios de
conteúdo que podem servir para justificar qualquer ação” (14). Pois
bem, teremos de estar conscientes, como cristãos, dos aspetos subtis
como também nós gastamos as palavras e lhes esvaziamos o sentido, com
esmagamentos mais ou menos moralistas e estéreis. Caridade, serviço,
sacramento, liberdade, são gritos de Cristo que, ao longo da história
e ainda hoje, nalguns recantos sombrios da Igreja que somos, são (não)
mostrados como opulência, poder, exterioridade clerical ou
aprisionamento. Sublinho esta tensão autocrítica mas esclareço que o
Papa Francisco não deixa de dar os seus recados críticos internos,
como faz, por exemplo, a propósito de certos lugares digitais de
movimentos da Igreja Católica Romana que são plenos de agressividade e
estimulam a polarização discursiva, em claro desalavancamento da
fraternidade (46).

ii)     O acolhimento aos refugiados pode tanger práticas ingénuas e
não sustentáveis?

O texto desta encíclica, em clara concordância com a agenda de
Francisco, dá uma atenção específica e desenvolvida à questão dos
refugiados. Não podia deixar de ser assim. No acolhimento e na
hospitalidade ao estrangeiro está o cerne da fraternidade. Além disso,
somos todos migrantes ou ex-migrantes, peregrinos a e em caminho,
sempre em processo, via Fratelli Tutti. Ao encorajar com um sentido
muito prático todos os Estados a humanizar as estruturas e as
dinâmicas de acolhimento de refugiados, o Papa está, tão só, a ser
Cristão. Há que reconhecer, contudo, que convém impregnar as
integrações migrantes de realismo sustentável. Um voluntarismo de
coração muito afetado pela sensibilidade e, pouco amparado pela
racionalidade e pela operacionalidade, pode estar a remendar para
pior, pode alimentar redes de tráfico humano, pode ser insustentável e
pode até, ironicamente, alimentar populismos. Francisco está atento a
este fenómeno e convoca até para a solidariedade um termo curioso, a
“solidez” (115), que pode inspirar o acolhimento de refugiados com uma
estruturação mais robusta.

iii)    Um mundo assim tão dividido tem lugar para a esperança?

Não poderíamos esperar de Francisco um discurso morno, poupado nas
palavras que descrevem o mundo onde estamos inseridos, pleno de
idiossincrasias e incoerências. O próprio título do capitulo I, “as
sombras de um mundo fechado”, fala por si. Neste aspeto, porém, tenho
um certo receio de palavras do Papa tiradas do contexto sistémico, que
nunca esquece a esperança, serem mal usadas. A “terceira guerra
mundial aos pedaços” (25) é um termo forte, que tem sentido na sua
alusão crítica metafórica mas cuja interpretação literal
descontextualizada permitiria algum instinto incendiário. Há que somar
essas palavras duras às mensagens de esperança radical subjacentes a
todo o documento: “Apesar destas sombras densas que não se devem
ignorar, nas próximas páginas desejo dar voz a tantos percursos de
esperança“(54). Por outro lado – e este é um tónus muito pessoal onde
até posso admitir algum déficit denunciador da minha parte –
pergunto-me sempre se temos consciência de que os males de hoje são
também traços da história e não está dito nem provado que as coisas
vão de mal a pior… A este propósito, no ponto 154, que diz “Mas hoje,
infelizmente, muitas vezes a política assume formas que dificultam o
caminho para um mundo diferente”, eu suprimiria a palavra ‘hoje’
(porque sempre assim foi e porventura será).

iv)    Poderá haver caminhos mais disruptivos para a fraternidade?

Um documento desta natureza é muito mais apontador do que prescritivo.
Ainda bem que assim é. Mas é verdade que, nas entrelinhas, há convites
para esquemas mais originais, que permitam sair de certos vícios de
olhar e de ação, impeditivos da fraternidade. O Papa desafia os
políticos a resolver o problema dos mais desfavorecidos e chama à
atenção que pode parecer uma utopia ingénua (190) mas que é o processo
pelo qual se constrói a fraternidade. Não duvido da inspiração dessa
utopia e entendo que a criatividade utópico-realista, por vezes
disruptiva, pode e deve ser convocada. Em termos de modelo
político-económico-social, para dar um exemplo, entendo que podemos
com seriedade procurar novas vias como o Rendimento Básico
Incondicional (RBI), com base na doutrina social da Igreja e, quanto a
mim, que sou entusiasta desta possibilidade, conducente à fraternidade
universal.

4 – Pontos de envio

Não há aspiração humana (mais ainda cristã) que deixe de apontar para
a abertura ao outro, à fraternidade… e à fraternidade com todos….Por
isto Fratelli Tutti é um documento que nos inspira mas, sobretudo, nos
envia!

O Papa Francisco volta neste documento a apontar o grande valor da
diversidade, nas relações humanas, na cultura, nas sociedades e nas
religiões. Contra todos os uniformismos (100), Francisco lembra-nos
que a fraternidade se tece precisamente no encontro feito de riquezas,
diferenças e novidades. Para o mundo e para a Igreja, Francisco usa
com frequência, mais uma vez, a imagem do “poliedro de muitas faces”
(144).

Esta leitura induziu-me uma questão: o que nos falta? O que me falta?
Respondi a mim mesmo: talvez render-me à fraternidade… e fraternidade
a todos, sem exceção. Talvez ceder… Talvez ‘seder’ (invento a palavra,
com um ‘s’, para me referir à procura da sede que, sendo sede do
outro, é sede de Deus). O que nos falta é a fraternidade que nos torna
humanos porque irmãos. E porque a fraternidade é para todos e porque
ser cristão é ser inteiramente humano, o que nos falta é ser
cristãos-humanos.

Termino como comecei: Fratelli Tutti é uma encíclica que recomendo ler
e saborear. Envia-nos a experimentar e a viver a fraternidade, que nos
toca e que toca o mundo!

O Papa conclui esta encíclica com uma referência a um desejo formulado
a um amigo, por Charles de Foucauld. Solicitava então: “que Deus nos
inspire a que sejamos realmente irmãos de todos” (287). Fratelli
Tutti, portanto. Talvez isto baste.

Desejo para mim e para todos que as nossas preces, feitas vida, se
embalem na proposta orante do final deste documento, para que se
“mostre a beleza refletida em todos os povos da terra, para
descobrirmos que todos são importantes, que todos são necessários, que
são rostos diferentes da mesma humanidade amada por Deus. Amen”.

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