poeta esquecido
POETA ESQUECIDO
Sou um poeta esquecido!
A mancha da agenda
calou o grito da alma.
Não que a planta não cresça.
Os compromissos
taparam as flores.
Não me culpo
nem me castigo pelo silêncio.
Quando a vida passa
e o cavalo da aposta é
o que está mais à mão,
nessas alturas, como agora
paro e olho para mim,
selecciono o epicentro
e sinto que está na hora
de recolher novo centro
e não mais correr assim.
in Paiva, J. C. (2000), Este gesto de Ser (poesia), Edições Sagesse.
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