dicotomia pedagógica 1: razão e afetos
Razão / Afetos
Talvez se possam catalogar determinadas práticas pedagógicas do passado como «paraísos da razão». Na relação professor-aluno e no próprio processo de ensino e aprendizagem importaria uma clareza racional objectiva, uma relação «higiénica» e quase independente das pessoas e dos seus setimentos. Os afetos eram inibidos ou separados dos alunos, dos professores e, em geral, da educação. As emoções eram recalcadas em absoluto. Não há cabimento, hoje, para esta separação entre o que é racional e o que é afectivo. Conhecem-se espaços pedagógicos onde também os afetos imperam desmesuradamente, em que não há distância crítica suficiente para, também com a razão, observar e agir melhor. Se quisermos, há professores que não o chegam a ser, porque são só «tipos porreiros»…
Texto parcialmente inspirado no livro “Fascínio de Ser Professor” (JPaiva). Texto Editores, 2007.