decaimento

   Ciência Poemas Química

Decaimento

 

Decais

em random

perfeito.

Dizem

não existir

mais pura

aleatorização.

Aparente,

este acaso

que não impede

antes alimenta

a ordem

possível,

a melhor

do cosmos.

Qual caos?

o caos

nunca é puro

já que espreita,

sempre espreita,

o sentido

escondido.

Decais,

como eu.

Meu tempo

de meia vida

já lá vai.

Meu Pai,

minha Mãe

decaíram,

tanta memória.

Como tu,

que decais,

transporto

deles esta

matéria.

Emano,

também deles

esta radiação…

in Paiva, J. C., Quase poesia quase química (2012) (e-book). Lisboa, Sociedade Portuguesa de Química.

acessível aqui (porventura enriquecido com uma ilustração)